POLÍTICA

Flávio Paradella: O plano arriscado do Novo

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação/CMC
Gaspar está no primeiro mandato na Câmara Municipal
Gaspar está no primeiro mandato na Câmara Municipal

O rearranjo eleitoral do Partido Novo em Campinas é uma estratégia arriscada para o futuro da legenda na cidade. O Novo trocou de pré-candidato à prefeitura de Campinas. Saiu José Afonso Bittencourt, entrou Paulo Gaspar.

Zé Afonso não tinha nada a perder em uma eleição que deve ser decidida entre o Dário Saadi (Republicanos), Rafa Zimbaldi (Cidadania) e Pedro Tourinho (PT). Não é menosprezando a candidatura, só que um disputa a reeleição (Dário) contra adversários que já se digladiaram para chegar ao segundo turno em 2020, o caso de Zimbaldi e Tourinho.

Candidaturas estabelecidas, com o famoso ‘recall’ de votos, e ano-luz do Novo que teve até aqui o seu principal fato da história que foi eleger seu primeiro vereador, justamente Gaspar.

Agora, o partido configura uma nova chapa. Paulo Gaspar que seria um nome forte do Novo para eventual reeleição à Câmara Municipal e sendo, inclusive, um possível puxador de votos para, quem sabe, aumentar a bancada, agora deixa o grupo de candidatos ao legislativo para cumprir a missão de comandar a disputa pelo Palácio do Jequitibás.

A decisão do partido e do próprio vereador já tem uma consequência certa: Paulo Gaspar, o primeiro parlamentar da história do Novo em Campinas, não fará mais parte do legislativo a partir do ano que vem. Afinal, vai disputar um outro cargo.

A argumentação é que a visibilidade do Novo em disputar a prefeitura de Campinas com o já vereador Paulo Gaspar vai ajudar a divulgar de maneira mais efetiva os ideais e propostas da legenda e isso pode refletir e inflar as candidaturas da chapa de vereadores, com os eleitores tendo contato e conhecimento do que pensa a sigla.

Volto a dizer, arriscado. O partido realmente deixa uma certa “zona de conforto”, mas o Novo corre o risco de, mesmo que aumente a sua exposição no período eleitoral, sair menor do que entrou na corrida eleitoral deste ano.

Parklet da discórdia

Após sete anos, finalmente o polêmico parklet instalado na Rua Coronel Quirino, no Cambuí, em Campinas, foi destruído e removido. O equipamento foi construído de maneira irregular e ocupava uma grande vaga de estacionamento quase no cruzamento com a Rua Santos Dumont.

Mas vamos a alguns detalhes. Foi construído irregularmente com anuência, conivência e incentivo da prefeitura de Campinas. O Parklet chegou a ser chamado de projeto-piloto pela gestão municipal, com Carlos José Barreiro, secretário de transportes na época, como porta-voz.

Depois que o jogo virou, com entidades e o Ministério Público partindo para cima da estrutura, aí a gestão municipal “largou mão”.

A ideia do Parklet é ótima, mas a execução foi terrível. A estrutura “piloto” foi financiada por um grupo de clientes influentes que já se instalavam na calçada da Coronel Quirino, em frente ao Bar Cenário, durante todo o final de semana.

Porém neste trecho, o espaço é pequeno para receber toda a turma da ‘elite campineira’ e o pessoal decidiu criar a alternativa. Porém, eles fizeram do jeito que queriam, em concreto, e o local que deveria ser público, se tornou de uso exclusivo de tal grupo. Uma subversão do conceito clássico do Parklet, que visa expandir o espaço para a toda a comunidade. Não era o que ocorria. O que começa errado, termina errado.

Que a péssima experiência não espante a ideia que é boa, mas que precisa de regras claras e, inclusive, maior responsabilidade do poder público.

Calmaria

Tá certo que a semana teve um feriado, mas o período foi de muita calmaria e até uma certa monotonia no Quarto Andar. Nenhuma polêmica, nenhum ‘cutucão’ do próprio Dário, como ele gosta de fazer de vez em quando nas redes sociais.

Como me disse um amigo esta semana: “uma aparente silenciosa ordem de ‘evitar problemas’. A palavra é ‘entregar’”.

-

Comentários

Comentários