INSPIRAÇÃO

Primeira mulher preta à frente de construtora, Helen quer faturar R$ 50 mi e abrir banco

Internacionalização dos serviços também está nos planos da empreendedora, que ainda sonha em abrir um banco com o objetivo de financiar imóveis populares no Brasil

Por Da redação | 18/04/2024 | Tempo de leitura: 4 min
São José dos Campos

Divulgação

Helen Fabíola de Moraes
Helen Fabíola de Moraes

Filha de advogado e de uma cozinheira, Helen Fabíola de Moraes, 51 anos, sempre teve muito claro a certeza de sua missão: facilitar o acesso à moradia digna no país, após trabalhar com regularização fundiária.

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O Brasil tem pelo menos 7 milhões de famílias sobrevivendo em locais inóspitos e em condições precárias, sem falar na falta de saneamento básico e energia.

Embora sempre tenha estudado em renomadas escolas – a família sempre priorizou os estudos –, Helen morou de aluguel com os pais, até que a família enfrentou um momento financeiro difícil e, por pouco, não foram despejados.

“Isso, de certa forma, me estimulou a ter algo que pudesse fazer diferença na vida de alguém, sobretudo que beneficiasse pessoas de baixa renda. O objetivo é ser a maior incorporadora e construtora do país na entrega de moradias dignas”, disse Helen, que é especialista na área urbanística e, desde 2010, trabalha com moradia popular.

ATUAÇÃO

Mulher preta e atuante na área de direitos humanos, Helen é advogada e especialista em Direito Urbanístico, hoje diretora social do IBRF (Instituto Brasileiro de Regularização Fundiária).

Aos 26 anos, ela terminou a Faculdade de Direito em São Paulo e montou o primeiro escritório de advocacia. A empresária se orgulha em ser a primeira mulher negra proprietária de uma incorporadora e construtora no país – um setor majoritariamente e culturalmente dominado por homens.

Helen idealizou e criou o Grupo Habita Brasil (Hb Brasil Incorporadora), que trabalha com construção, incorporação e com a prestação de serviços na área imobiliária. A empresa é focada na construção de moradias para atender pessoas em situação de vulnerabilidade social. Um dos diferenciais do negócio é a sustentabilidade e inovação empregadas nas casas populares, além da tecnologia.

Parte do grupo, a Habita Reurb é uma empresa dedicada na regularização fundiária, que faz toda a parte legal do processo e inclui a entrega de documentação, bem como condições para acesso a direitos básicos como água, luz, saneamento e infraestrutura adequada.

FATURAMENTO

A previsão de Helen é faturar cerca de R$ 50 milhões este ano com as frentes de negócios, ante os R$ 8,5 milhões e R$ 6,8 milhões dos anos anteriores.

A internacionalização dos serviços também está nos planos da empreendedora, que mira a cidade de Miami, na Flórida (EUA), além de Portugal, na Europa, e em Senegal, país do continente africano. Ela projeta crescer 500% este ano em volume de clientes e novos negócios.

Paralelamente a estes dois negócios, Helen administra uma imobiliária para administração de condomínios – uma house dentro da Hb Brasil Incorporadora e, futuramente, sonha em operar o HB Bank com o objetivo de financiar imóveis populares.

“Estamos em busca de um grande fundo. Já viajei para Dubai, inclusive. A ideia é oportunizar o financiamento próprio direto coma incorporadora e construtora, facilitando aquele comprador que tem o sonho da casa própria”, disse a empresária, que não para de inovar.

TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS

Em 2016, Helen iniciou um trabalho de defesa da comunidade do Canaã, que estava em processo de reintegração de posse.

“Identifiquei a oportunidade de agir como mediadora entre a comunidade que desejava uma moradia digna e os proprietários das terras, que também mereciam receber por seus imóveis ocupados. Porém, a grande dor era que faltava infraestrutura essencial nesses espaços, essa foi uma das maiores dores que tinha”, comentou.

Essa jornada a ajudou a entender o espaço no mercado que queria ocupar, como poderia usar do seu conhecimento e ofício em regularização fundiária. Então, Helen começou a trabalhar na área, com forte atuação na legitimação dos territórios quilombolas.

Já esteve à frente de mais de 10 mil moradias regularizadas e outras estão em andamento em Monte Mor, com oito núcleos aprovados na região metropolitana de Campinas, além de projetos em andamento em São Paulo e na Bahia.

Helen acredita que sua missão de vida é transformar vidas por meio da moradia, seja ela construtiva ou regularizada.

“Moradia digna é entregar um verdadeiro lar, com mobília fixa, além de eletrodomésticos. O morador necessitará de muito pouco para morar, pois entregamos dignidade. Já a habitação popular é entregar construção em cimento, sem nenhuma humanização, sem nenhum acolhimento, a pessoa não tem condições de comprar a mobília e assumir uma prestação, então se muda com seus móveis usados, precários. O conceito que seguimos é totalmente diferente e inverso”, afirmou.

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