ADEUS, MC BAKKA

‘Perder um filho a sangue frio, a traição, é a pior coisa que existe’, diz mãe de Bakka

Por Da redação | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 4 min
Reprodução / Redes Sociais
MC Bakka
MC Bakka

Coração de mãe sempre cabe mais um, diz o ditado. Até que a violência tente esvaziá-lo. Foi o que aconteceu na vida da dona de casa Maria Helena de Souza, 58 anos.

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No dia 2 de março, o filho dela, Bruno César Antunes de Souza, 39 anos, morreu após ser baleado em Ubatuba. O rapaz foi assassinado na frente do filho de 6 anos.

O suspeito pelo crime é o vendedor ambulante Augusto Gabriel Judic Borelli, 32 anos, com quem Bakka já havia dividido uma moradia. Há um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça contra ele, que segue desaparecido. O caso está em investigação.

Para Maria Helena, as circunstâncias que levaram à morte do filho são inexplicáveis. Ela se apega na fé em Deus para dar conta da tristeza. É o segundo filho que ela perde de forma violenta. Uma filha morreu em um acidente de moto há 19 anos. A menina tinha 18 anos na época.

“Se a gente for questionar sobre tudo, não dá certo. Temos que ter fé e confiar em Deus. Tenho pena dessa pessoa [que matou Bakka], porque quem age dessa forma nunca mais vai ter paz, porque tirar a vida de alguém é muito sério”, disse.

Segundo Maria Helena, a forma como o filho foi morto torna a perda da família ainda mais dolorosa. “Perder um filho a sangue frio, a traição, é a pior coisa que existe. Minha força é apegar a Deus e acreditar que esse era o plano Dele”.

O CRIME.

Bakka estava de saída de Ubatuba e pretendia voltar a São José dos Campos, onde havia conseguido um novo emprego, voltava a frequentar a igreja evangélica e ficava perto do filho de 6 anos, que mora com a mãe na cidade. Ele havia se mudado para Ubatuba para melhorar de vida, mas as coisas não saíram como ele esperava.

“Ele estava decidido a mudar as coisas e desceu para Ubatuba para entregar a casa e vir embora para São José”, contou a mãe.

Na cidade do Litoral Norte, Bakka trocou mensagens com um amigo, para o qual supostamente devia dinheiro, segundo consta no boletim de ocorrência sobre o caso.

Bakka trabalhou no novo emprego em São José na sexta-feira e desceu para Ubatuba no sábado, dia 2 de março, para entregar a casa que havia alugado há menos de um mês. Levou a mulher e o filho. Ele ainda comprou tintas para pintar a casa antes de entregá-la.

Por volta de 21h, depois de passear pela praia e de comer uma pizza com a família, Bakka ficou acordado com o filho enquanto a mulher foi dormir com o menino que era filho dela de outro relacionamento.

Nesse momento, o amigo de Bakka chegou e eles foram conversar na frente do portão da residência. O filho de 6 anos estava com ele.

Após conversarem, Bakka se despediu do amigo e se voltou para entrar na casa. Foi quando o amigo sacou uma arma e atirou em Bakka, o atingindo nas costas, na frente da criança, que testemunhou o assassinato do pai. Segundo Maria Helena, um tiro pegou na mão antes de atingir a cabeça do filho.

“Ele caiu e meu neto que estava do lado começou a gritar. Foi quando a mãe levantou e veio e o Bruno estava caído no chão, e o cara já tinha fugido”, disse Maria Helena.

“Foi uma coisa muito rápida e inexplicável. Meu filho não falava com meu genro há oito anos. Ele pediu perdão para meu genro quando esteve aqui pela última vez. Parece que algo o estava preparando para ir embora. Inexplicável.”

VIDA DO NETO.

Além de cobrar a prisão do matador do filho, a maior preocupação de Maria Helena é com o neto de 6 anos, que presenciou a morte do próprio pai.

Segundo ela, o menino era muito apegado com o pai e o via como um “herói”. Ela tem de como será a vida da criança depois de presenciar a tragédia.

“Não sei como vai ser na vida dele depois. Ele teve uma lucidez e Deus está dando uma força para essa criança que não sei explicar. Ele fala do pai como se tivesse cumprido uma missão: ‘Meu pai realizou o sonho de ir para o céu’. Ele era muito apegado com o filho. Pai era o herói dele. Muito difícil para todos. A gente crê que tudo tem um propósito e a gente espera justiça”, disse Maria Helena.

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