No dia 21 de março de 2024, Ayrton Senna da Silva faria 64 anos. E um taubateano de 63 anos presentearia o piloto com uma bandeira do Brasil.
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Seria mais uma da extensa coleção que Senna teria recebido de Cláudio Vinicius de Toledo, mais conhecido como Cláudio Tigur, das mãos de quem o piloto pegou pela primeira vez a bandeira do país em um Grande Prêmio de Fórmula 1.
O gesto de Senna levantar a bandeira do Brasil em seu carro e no pódio tornou-se mundialmente conhecido, para orgulho dos brasileiros, graças à ação desse intrépido e apaixonado torcedor de Fórmula 1 de Taubaté.
“É emocionante passar a fazer parte da história do Senna, que é um ídolo mundial, muito importante”, disse Tigur a OVALE.
DETROIT.
Essa incrível história fez 38 anos em junho de 2024. Ela aconteceu no GP dos Estados Unidos, em Detroit, um dia após a Seleção Brasileira de futebol ser eliminada pela França na Copa do Mundo do México, em 1986.
Após aturar piadinhas dos engenheiros franceses da Renault, fornecedora de motores da Lotus, sua equipe na época, Senna venceu a corrida, parou o carro e pediu para que um brasileiro na arquibancada lhe entregasse uma bandeira do Brasil.
Pedido prontamente aceito por Tigur, o taubateano fã do piloto, que se tornou o “entregador de bandeira oficial" de Senna.
“Fui para assistir a corrida e faltavam três voltas para acabar quando o Senna começou a passar e apontar o dedo para a bandeira, que eu erguia sempre quando ele vinha”, conta Tigur, que estava na arquibancada.
“Ele passava e apontava o dedo, e eu não entendia nada (risos). Acabou a corrida e eu dei a bandeira para um fiscal que deu para ele. Ele a levou para o pódio e isso lavou a alma dos brasileiros, depois da derrota no futebol.”
EMOCIONANTE.
Na época, o gesto de Senna foi uma espécie de “vingança” dos franceses que tinham lhe atormentado, mas também lavava a alma dos brasileiros um dia depois da desclassificação no México, como descreveu Tigur.
Na transmissão da prova, o jornalista Reginaldo Leme assim comentou a cena: “É de emocionar essa vitória do Ayrton Senna, e a atitude dele parando quando viu a bandeira do torcedor, deixando para a gente a emoção daquele restinho que sobrou do coração brasileiro depois daquele jogo de ontem”.
E Tigur não entrou para a história de Senna apenas com a bandeira. Aquela corrida nos EUA foi a primeira vez que o ‘Tema da Vitória’ tocou para um triunfo do piloto, pois anteriormente só era executado para os vencedores do GP do Brasil.
“Também teve outra corrida na Alemanha que eu entreguei a bandeira para o Senna, em 1986 mesmo, quando consegui correr até os boxes e dar nas mãos dele”, lembrou o taubateano, que tirou uma foto ao lado do piloto na época (veja abaixo).
“Depois foi na prova seguinte, na Hungria, mas nessas duas ele ficou em segundo lugar. Nelson Piquet venceu e acabou erguendo a minha bandeira no pódio.”
BANDEIRAS.
Nas contas de Tigur, ele entregou quatro bandeiras para Senna, sendo uma delas em uma corrida no Brasil. A famosa bandeira de 1986, da corrida em Detroit, foi roubada em 1987, quando ele a esqueceu em um box enquanto gravava uma matéria para uma emissora de televisão.
Tigur guarda em casa relíquias que conseguiu nas inúmeras corridas que assistiu de Fórmula 1 desde o começo da década de 1970, quando passou a acompanhar o esporte. Ele tem bonés, luvas, bandeiras e outros apetrechos.
"Continuo acompanhando corrida como torcedor”, disse. “Eu assistia todas as corridas de Fórmula 1 que podia. Fui na primeira em Interlagos quando não era oficial, no começo da década de 1970. Sempre fui fã.”
Ayrton Senna morreu em 1º de maio de 1994, como resultado de uma colisão entre o seu carro e uma barreira de concreto, enquanto participava do GP de San Marino, em Ímola, na Itália.
O piloto faleceu sem saber um detalhe pitoresco do prosaico amigo das bandeiras. Tigur é um apelido, que nasceu de tanto Cláudio contar uma piada que envolvia uma pedra que caía na água, e fazia “tigun”.
Virou Tigur, o homem da bandeira. Com muito orgulho e muito amor. Para delírio dos brasileiros.
Comentários
1 Comentários
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Renato Penteado Perrenoud 03/12/2024Quando tem que elogiar eu elogio.muito boa está matéria do Senna e do Tigú. Parabéns ????