INVESTIGAÇÃO

CPI da Saúde fará quarta tentativa de ouvir ex-secretário; ele não compareceu até agora

Em agosto do ano passado, Mário Peloggia alegou problemas na agenda, e em duas ocasiões em outubro apresentou atestado médico; ele é o atual secretário da Fazenda no governo Saud

Por Julio Codazzi | 13/03/2024 | Tempo de leitura: 3 min
Taubaté

Arquivo/Unitau

Peloggia foi secretário da Saúde até o fim de dezembro e hoje é titular da Fazenda
Peloggia foi secretário da Saúde até o fim de dezembro e hoje é titular da Fazenda

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) aberta pela Câmara de Taubaté para investigar as denúncias de irregularidade relacionadas às terceirizações promovidas na saúde pelo governo José Saud (PP) fará na próxima segunda-feira (18), a partir das 14h, mais uma tentativa de ouvir o ex-secretário da área Mário Peloggia.

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Em 2023, foram três tentativas de ouvir o então secretário de Saúde, mas em nenhuma houve sucesso - em agosto Peloggia alegou problemas na agenda, e em duas ocasiões em outubro apresentou atestado médico.

Peloggia deixou a Secretaria da Saúde no fim de dezembro, mas em fevereiro desse ano foi nomeado secretário da Fazenda. O governo Saud informou nessa quarta-feira (13) que não comentaria a nova tentativa da CPI de ouvir Peloggia.

OITIVAS.
Pela agenda da CPI, essa seria a penúltima oitiva da fase de depoimentos. A última está prevista para o dia 21 de março, às 18h30.

Nessa última data, a CPI pretende fazer uma acareação entre testemunhas já ouvidas no ano passado: o ex-secretário adjunto de Saúde Fabricio Grasnele Galvão Velasco, a secretária de Administração, Monique Vidal Neves, e servidores da Prefeitura que atuam nas comissões responsáveis pela qualificação das entidades que disputaram os processos de terceirização e também pela fiscalização da execução contratual.

Caso o cronograma se confirme, a CPI deve apresentar até o início de abril o relatório final - esse relatório resultará em um projeto de resolução, que trará o resultado das investigações, citando quais fatos foram considerados procedentes, quem os praticou e que evidências levaram a essa conclusão; caso o projeto seja aprovado em plenário, o texto será encaminhado ao Ministério Público.

COMISSÃO.
Criada em fevereiro do ano passado, a CPI centrou os trabalhos inicialmente em duas ações de improbidade administrativa ajuizadas pelo Ministério Público em junho e julho de 2022. A primeira ação tem como foco o contrato emergencial firmado entre Prefeitura e Iesp (Instituto Esperança) em fevereiro de 2022. O instituto recebeu R$ 6,111 milhões para disponibilizar médicos para as quatro unidades de urgência e emergência do município. A segunda ação aponta supostas irregularidades nas licitações para terceirizar a gestão dessas unidades.

Nessas ações, a Justiça determinou a quebra dos sigilos fiscal, bancário e de dados de Saud, do ex-secretário de Saúde Mário Peloggia, do ex-secretário adjunto de Saúde Fabricio Grasnele Galvão Velasco, do ex-diretor de Saúde Fabio Henrique da Cruz, do Iesp e do INCS (Instituto Nacional de Ciência da Saúde). Todos os denunciados negaram à Justiça qualquer irregularidade.

Dos citados nas ações, Fábio Cruz foi ouvido pela CPI em agosto, e Fabricio Velasco em novembro. Representantes do INCS e do Iesp também já prestaram depoimento à comissão, em junho e setembro, respectivamente. A CPI tentou ouvir Saud duas vezes em outubro, mas o prefeito não compareceu. Em relação ao ex-secretário de Saúde, foram três tentativas - em agosto Peloggia alegou problemas na agenda, e em duas ocasiões em outubro apresentou atestado médico.

JUSTIÇA.
Desde setembro do ano passado Saud busca na Justiça a suspensão - e a posterior anulação - da CPI, que é dominada pela oposição.

No processo, o prefeito alega que o requerimento que pediu a abertura da comissão não teria delimitado o fato a ser investigado, que o prazo para conclusão dos trabalhos violaria o princípio constitucional da duração razoável dos processos, que as diligências teriam avançado sobre entidades privadas e também que teria havido violação ao princípio da ampla defesa.

Desde então, o pedido de suspensão da CPI já foi rejeitado pela Vara da Fazenda Pública de Taubaté, em setembro, e pela 13ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça, em outubro do ano passado, e em janeiro e fevereiro desse ano.

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