PROCESSO

TJ julga dia 6 ação de Saud contra lei que suspendeu cobrança da taxa de luz por um mês

Em outubro do ano passado, como Prefeitura não contava com empresa terceirizada para a manutenção da iluminação pública, cobrança da taxa de luz chegou a ser suspensa naquele mês

Por Julio Codazzi | 01/03/2024 | Tempo de leitura: 2 min
Taubaté

Divulgação/CMT

Entre 2022 e 2023, Taubaté ficou 13 meses sem serviço terceirizado de manutenção
Entre 2022 e 2023, Taubaté ficou 13 meses sem serviço terceirizado de manutenção

O Tribunal de Justiça vai julgar na próxima quarta-feira (6) a ação em que o prefeito de Taubaté, José Saud (PP), pede que seja declarada inconstitucional a lei municipal que determina que a cobrança da taxa de luz seja suspensa quando a Prefeitura não contar com uma empresa terceirizada para a manutenção da iluminação pública.

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A ação será julgada pelo Órgão Especial do TJ, que é composto por 25 desembargadores. Em setembro passado, o relator do processo, o desembargador Costabile e Solimene, rejeitou a concessão de uma liminar que suspenderia provisoriamente a eficácia da lei.

Já a PGJ (Procuradoria Geral de Justiça), que representa o Ministério Público perante o TJ, emitiu parecer favorável à ação. O órgão argumentou que a norma não levou em consideração que "o serviço pode ser diretamente executado" pelo município, sem que seja obrigatória a terceirização. A PGJ apontou ainda que, embora possa resultar em renúncia de receita, o projeto que deu origem à lei não foi acompanhado de estimativa de impacto financeiro, e que a execução da norma "pode gerar comprometimento na efetiva entrega do serviço de manutenção de iluminação à população".

LEI.
De outubro de 2022 a novembro de 2023, Taubaté ficou sem contrato terceirizado de manutenção da iluminação. Nesses 13 meses, o serviço foi executado de forma precária por equipes da Prefeitura – no período, o número de lâmpadas apagadas chegou a 7% do total de luminárias do município.

Em meio a reclamações de moradores, em junho a Câmara aprovou o projeto do vereador Diego Fonseca (PSDB), que é da oposição, para suspender provisoriamente a cobrança da taxa de luz. No mesmo mês, a proposta foi vetada pelo prefeito. O veto foi derrubado em setembro, por unanimidade.

A ação contra a lei foi ajuizada por Saud logo em setembro. No processo, o prefeito alegou que o serviço de manutenção "pode também ser prestado pelo próprio município" e que a suspensão da cobrança, além de configurar "nítida interferência entre os poderes", poderia provocar "grave lesão à ordem pública e econômica". Ao TJ, a Câmara argumentou que a norma é constitucional, pois os vereadores teriam competência para apresentar projetos dessa natureza.

TAXA.
Devido à lei, as contas de energia sobre o consumo de outubro, que foram pagas em novembro, vieram sem a cobrança - a perda de arrecadação foi de R$ 1,3 milhão.

Para residências, a taxa representa acréscimo de 4% a 7,5% na conta. Para imóveis comerciais, varia de 4% a 10%. Para indústrias, de 2,5% a 10%.

Na eleição de 2020, Saud prometeu reduzir a alíquota da taxa de luz, mas isso não foi feito.

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