VÍTIMA DE VIOLÊNCIA

Jovem diz que foi dopada antes de estupro coletivo em festa de influencers no Vale

Crime teria sido cometido por outros influenciadores digitais que convidaram Geovana e uma amiga para um sítio em Igaratá

Por Da redação | 26/02/2024 | Tempo de leitura: 3 min
São José dos Campos

Reprodução / Redes Sociais

Geovana Pontes tem quase 250 mil seguidores em seu perfil no Instagram
Geovana Pontes tem quase 250 mil seguidores em seu perfil no Instagram

A influenciadora Geovana Pontes, 19 anos, tem quase 250 mil seguidores em seu perfil no Instagram em que posta fotos em cenários deslumbrantes, dicas de beleza e registros sensuais. A rotina é de alto astral e empoderamento feminino.

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No entanto, o clima mudou após uma denúncia que ela fez de ter sido estuprada e violentada fisicamente durante uma festa em um sítio de Igaratá, no final de janeiro.

Ela registrou um boletim de ocorrência num delegacia de São Paulo no qual narra ter sido estuprada, agredida e mantida em cárcere privado por um grupo de influenciadores digitais, após ter sido convidada para uma festa em um sítio junto com uma amiga. A Polícia Civil paulista investiga o caso.

Nascida em 2004, Geovana é natural de Curitiba, capital do Paraná. Nos registros compartilhados na página, ela aparece por outras partes do Brasil, sobretudo destinos praianos, como a Baixada Santista, Balneário Camboriú (Santa Catarina) e Guaratuba (Paraná).

Ela começou a fazer suas publicações no Instagram em 2019, ainda adolescente. Com fotos a bordo de barcos, jet-skis e curtindo a noite em baladas e restaurantes, a jovem, que tem como lema "evoluir sem passar a perna em ninguém", logo atraiu a atenção de centenas de milhares de internautas.

CONVIDADA.

Em depoimento à polícia, a jovem disse que foi convidada para o evento justamente por trabalhar como influenciadora, assim como a amiga.

As duas viajaram do Paraná para São Paulo para passar o fim de semana no local da confraternização, ocorrida no fim de janeiro, em um imóvel alugado pelos supostos agressores. Outras jovens também estavam presentes.

No dia 29 de janeiro, Geovana postou uma sequência de fotos em que aparece ferida e ensanguentada, com um corte na boca, e também na porta da delegacia.

Num primeiro momento, ela relatou apenas os crimes de injúria, ameaça e lesão corporal, omitindo, por vergonha, o estupro. A violência sexual foi registrada depois. Geovana diz que foi estuprada por três homens.

Além da violência física, a influenciadora acredita ter sido dopada durante a festa. Os agressores também teriam trancado a porta do local, impedindo que ela e a amiga fossem embora.

INVESTIGAÇÃO.

“Requisições policiais foram emitidas, e devido a uma nova denúncia de abuso sexual, foi solicitado outro exame ao IML (Instituto Médico Legal)”, informou a Polícia Civil de São Paulo.

“Os envolvidos estão sendo identificados pela equipe para serem qualificados e intimados. Da mesma forma, as vítimas serão ouvidas para contribuir no esclarecimento dos fatos. As investigações continuam em andamento sob sigilo”, diz a nota da polícia.

No Instagram, a influenciadora fez um desabafo sobre a demora para que a investigação avance e questionou comentários dos quais vem sendo alvo. "Tem gente que acha que sou eu que faço a Justiça. Minha parte estou fazendo, mas a Justiça não é do dia pra noite, infelizmente", disse.

RELATO.

Em entrevista à TV Record, Geovana falou sobre o drama vivido no sítio em Igaratá.

“Não tinha comida, não tinha sinal (de celular), não tinha nada. Não tinha nem como eu sair. Ninguém entrava e ninguém saía da casa. [Um dos influenciadores] me pegou pelo pescoço e me deu um soco na boca. Foi na hora que caí com tudo para trás, e outros dois ficaram falando: ‘É, bate mesmo’. ‘É isso, aí’. ‘É isso que vocês merecem’, disse ela.

Geovana contou que consumiu álcool na festa, mas levanta a hipótese de que outras substâncias tenham sido fornecidas sem que ela tivesse ciência. “Eu tive relação sem o meu consentimento. Eu estava vulnerável. Não sabia o que estava acontecendo”, afirmou.

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