INVESTIGAÇÃO

CPI da Saúde encerrará fase de depoimentos em março; relatório será finalizado até abril

Estão previstas mais três oitivas, que serão realizadas nos dias 8, 18 e 22 do mês que vem; comissão mira terceirizações promovidas na Saúde pelo governo de José Saud

Por Julio Codazzi | 09/02/2024 | Tempo de leitura: 3 min
Taubaté

Lincoln Santiago/CMT

CPI é dominada pela oposição ao governo Saud
CPI é dominada pela oposição ao governo Saud

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) aberta pela Câmara de Taubaté para investigar as denúncias de irregularidade relacionadas às terceirizações promovidas na saúde pelo governo José Saud (PP) irá concluir em março a fase de depoimentos.

Faça parte do canal de OVALE no WhatsApp e receba as principais notícias da região! Acesse: https://whatsapp.com/channel/0029VaDQJAL4tRs1UpjkOI1l

Em reunião na última semana, ficou definida a realização de mais três oitivas, que serão feitas nos dias 8, 18 e 22 do mês que vem. Os nomes dos depoentes ainda não foram divulgados.

"Nós já temos muito material, muitas informações, e agora a gente só precisa fazer o confronto, a acareação das testemunhas, para dar o veredito final, o encaminhamento final para o relatório", disse o presidente da CPI, vereador Moises Pirulito (PL).

Logo após a conclusão das oitivas, a CPI já pretende apresentar o relatório final - o que deve ocorrer até o início de abril.

Relator da comissão, o vereador Diego Fonseca (PSDB) não quis antecipar nenhuma conclusão sobre os trabalhos, mas afirmou que a CPI identificou uma série de irregularidades que teriam sido praticadas nas terceirizações. "Muita coisa errada", disse.

O relatório resultará em um projeto de resolução, que trará o resultado das investigações, citando quais fatos foram considerados procedentes, quem os praticou e que evidências levaram a essa conclusão. Caso o projeto seja aprovado em plenário, o texto será encaminhado ao Ministério Público.

COMISSÃO.
Criada em fevereiro do ano passado, a CPI centrou os trabalhos inicialmente em duas ações de improbidade administrativa ajuizadas pelo Ministério Público em junho e julho de 2022. A primeira ação tem como foco o contrato emergencial firmado entre Prefeitura e Iesp (Instituto Esperança) em fevereiro de 2022. O instituto recebeu R$ 6,111 milhões para disponibilizar médicos para as quatro unidades de urgência e emergência do município. A segunda ação aponta supostas irregularidades nas licitações para terceirizar a gestão dessas unidades.

Nessas ações, a Justiça determinou a quebra dos sigilos fiscal, bancário e de dados de Saud, do ex-secretário de Saúde Mário Peloggia, do ex-secretário adjunto de Saúde Fabricio Grasnele Galvão Velasco, do ex-diretor de Saúde Fabio Henrique da Cruz, do Iesp e do INCS (Instituto Nacional de Ciência da Saúde). Todos os denunciados negaram à Justiça qualquer irregularidade.

Dos citados nas ações, Fábio Cruz foi ouvido pela CPI em agosto, e Fabricio Velasco em novembro. Representantes do INCS e do Iesp também já prestaram depoimento à comissão, em junho e setembro, respectivamente. A CPI tentou ouvir Saud duas vezes em outubro, mas o prefeito não compareceu. Em relação ao ex-secretário de Saúde, foram três tentativas - em agosto Peloggia alegou problemas na agenda, e em duas ocasiões em outubro apresentou atestado médico.

PREFEITO.
Procurado pela reportagem, Saud não quis se manifestar sobre a CPI. Em outubro do ano passado, em entrevista a uma rádio da cidade, o prefeito fez críticas à comissão. Na ocasião, ao ser questionado sobre não ter comparecido para prestar esclarecimentos, Saud disse que isso não era uma "prioridade", pois o caso já é investigado pelo Ministério Público "e o MP é muito mais investigativo do que a Câmara". O prefeito afirmou ainda que a comissão serve para "dar like para vereador" e que consiste em uma "troca de favores".

JUSTIÇA.
Desde setembro do ano passado Saud busca na Justiça a suspensão - e a posterior anulação - da CPI, que é dominada pela oposição.

No processo, o prefeito alega que o requerimento que pediu a abertura da comissão não teria delimitado o fato a ser investigado, que o prazo para conclusão dos trabalhos violaria o princípio constitucional da duração razoável dos processos, que as diligências teriam avançado sobre entidades privadas e também que teria havido violação ao princípio da ampla defesa.

Desde então, o pedido de suspensão da CPI já foi rejeitado pela Vara da Fazenda Pública de Taubaté, em setembro, e pela 13ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça, em outubro do ano passado e em janeiro desse ano.

Receba as notícias mais relevantes de Vale Do Paraíba e região direto no seu WhatsApp
Participe da Comunidade

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.