FINANÇAS

De 2021 a 2023, governo Saud ampliou em 40% despesa anual com a folha de pagamento

Ao fim do primeiro ano de governo, gastos com pessoal somavam R$ 411,5 milhões; já no fim do ano passado, após série de reformas administrativas, montante somou R$ 578,9 milhões

Por Julio Codazzi | 09/02/2024 | Tempo de leitura: 3 min
Taubaté

Divulgação/CMT

Palácio do Bom Conselho, sede da Prefeitura de Taubaté
Palácio do Bom Conselho, sede da Prefeitura de Taubaté

De 2021, no primeiro ano do governo José Saud (PP), até 2023, a Prefeitura de Taubaté ampliou em 40,67% as despesas com a folha de pagamento dos servidores.

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Os dados foram informados pela Prefeitura à Câmara, em resposta a um requerimento da vereadora Talita Cadeirante (PSB), que faz oposição ao prefeito.

O aumento nos gastos com a folha coincide com a crise financeira enfrentada pela Prefeitura, que teve início no fim de 2022 e se agravou no decorrer do ano passado.

DESPESAS.
Em 2021, a despesa com pessoal da Prefeitura somou R$ 411,5 milhões, sendo R$ 345,6 milhões com servidores de carreira, R$ 25,6 milhões com comissionados e R$ 66,3 milhões com funções de confiança.

Em 2022, o gasto com a folha chegou a R$ 525,9 milhões, sendo R$ 443,7 milhões com funcionários concursados, R$ 37 milhões com cargos de livre nomeação e R$ 75,7 milhões com funções de confiança.

Em 2023, a despesa com pessoal atingiu R$ 578,9 milhões, sendo R$ 490,9 milhões com servidores estatutários, R$ 30,8 milhões com comissionados e R$ 48,6 milhões com funções de confiança.

REFORMAS.
Essa elevação nos gastos com a folha de pagamento é explicada pela reforma administrativa promovida pelo governo Saud a partir do fim do primeiro ano de mandato. A primeira etapa, em dezembro de 2021, aumentou de 16 para 19 o número de secretarias municipais, criou 50 cargos efetivos, 90 comissionados e 117 funções de confiança, além de ampliar salários do funcionalismo em até 32%.

A segunda etapa, em março de 2022, ampliou a remuneração de quase todos os cargos da Prefeitura. Esse aumento não foi homogêneo – variou de 0,5% a 87%, sendo de 2,5% para grande parte dos cargos. O projeto ainda criou mais 177 cargos efetivos e 43 funções de confiança.

Nos projetos da primeira e da segunda etapas, Saud alegava que a ampliação de despesas seria compensada, entre outras coisas, pela revisão da planta genérica, que resultaria em um aumento médio de 92% no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Mas o texto da revisão da planta não foi aprovado até agora.

Dividida em três partes, a terceira etapa da reforma foi aprovada entre agosto de 2022 e maio de 2023, englobando aumento de 4% a 47% para nove cargos da área da saúde, a criação de 115 cargos efetivos e de quatro comissionados. Em maio do ano passado ainda houve a única revisão geral do governo Saud, com reajuste de 7% para o funcionalismo.

Em outubro passado, após decisão do Tribunal de Justiça, 176 cargos comissionados e 425 funções de confiança inconstitucionais foram extintas. Em dezembro, após aprovação da Câmara, 145 dos cargos e 114 das funções foram recriadas, com pequena diminuição em parte dos salários e extinção de uma secretaria. Isso explica a redução das despesas com comissionados e funções de confiança em 2023, no comparativo com 2022.

PREFEITURA.
A Prefeitura alegou que o aumento nas despesas é resultado "da valorização salarial dos profissionais de diversas categorias", que estavam com vencimentos defasados, da "realização de concursos públicos em diferentes áreas" e da revisão geral de 2023.

A administração argumentou ainda que "não existe relação alguma" entre a ampliação dos gastos e a crise financeira da Prefeitura, que teria sido provocada pela "diminuição dos repasses governamentais ao município, entre eles o ICMS e o Fundo de Participação dos Municípios" e pela "herança financeira desastrosa deixada pelo governo anterior".

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