ELEIÇÕES 2024

Antes do início da campanha, redes viram campo de batalha digital pelo voto no Vale

Pré-candidatos têm atuação constante nas redes sociais na região

Por Xandu Alves | 12/02/2024 | Tempo de leitura: 3 min
São José dos Campos

Reprodução

Eleições 2024
Eleições 2024

A batalha digital pelo voto.

A propaganda eleitoral para as eleições municipais de 2024 começa oficialmente em 16 de agosto, de acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), um dia após o prazo final de registro de candidaturas.

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Nas redes sociais, no entanto, a batalha digital pelo voto já está a pleno vapor no Vale do Paraíba e na RM Campinas.

A briga por corações e mentes dos eleitores foi antecipada na busca pelos likes. Isso mostra como as redes sociais se transformaram em ferramentas indispensáveis para os candidatos na busca pelo voto, mas também revela a linha tênue entre o uso correto das redes e o desrespeito às regras.

Em live pela internet, Edney Souza, professor de marketing de produto da ESPM e palestrante, disse que as redes sociais se tornaram a principal forma de comunicação da população. “Temos o WhatsApp com mais alcance que a televisão tradicional ou rádio”.

“O podcast ou a live acaba gerando material que continua sendo disseminado pelas redes sociais”, disse ele. “A viralização em redes sociais apareceu em 2014 com o Obama, foi utilizada no mesmo ano no Brasil, ganhou corpo em 2018 e passou a ser estratégia de todos os partidos em 2022”.

PREFEITOS.

Dois dos principais candidatos à reeleição no Vale do Paraíba e na RM Campinas têm atuação constante nas redes sociais. 

Com mais de 62 mil seguidores no Instagram, o prefeito de São José dos Campos, Anderson Farias (PSD), sofreu um revés na Justiça. Decisão em caráter liminar chegou a determinar que ele se abstivesse de associar sua imagem às ações e programas oficiais do município nas publicações em seu perfil pessoal. “A publicidade não pode exorbitar a finalidade informativa e educativa das ações governamentais”, escreveu a juíza Carolina Braga Paiva.

Anderson recorreu e a Justiça reconsiderou a decisão, permitindo que ele mantenha a divulgação em suas redes sociais.

O juiz Silvio José Pinheiro disse que ele “ocupa cargo de prefeito” e que, por isso, divulgar ações da prefeitura em suas redes não representa “algo que vá além dos limites do que lhe é lícito fazer”.

O magistrado concluiu que as redes sociais de Anderson “são acessadas somente por aqueles que o desejam, e não propaganda direcionada indistintamente aos eleitores”.

CAMPINAS.

Também ativo nas redes sociais, com quase 40 mil seguidores no Instagram, o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), é acusado de usar uma estrutura pública para impulsionar suas redes, com filmagens e passagens, cortes e efeitos especiais.

Reportagem da Sampi Campinas revelou que ele utiliza um servidor comissionado, com salário de R$ 11,3 mil pago pela administração, para alimentar as suas redes sociais. O prefeito nega a acusação.

Especialistas ouvidos pela Sampi dizem que o ato configura improbidade administrativa, podendo culminar na perda do mandato. Outros políticos já tiveram problemas com o Ministério Público pela mesma situação. A Prefeitura de Campinas informou que o servidor atua no gabinete do prefeito e “apenas capta imagens para serem disponibilizadas à imprensa”.

Em debate na internet, o cientista político Alberto Carlos Almeida disse que as redes sociais têm a mesma importância que qualquer meio de comunicação, mas têm poder de impulsionar a polarização.

“As redes criam bolhas de convivência. Elas alimentam quem compartilha das mesmas ideias. As evidências indicam que as plataformas contribuem para polarização, já que as pessoas passam a viver em uma espécie de ‘câmara de eco’”.

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