A saudade foi o que sobrou.
Em 27 de setembro de 2022, a diarista Jéssica Higino, 31 anos, teve um encontro com a tragédia: a morte da filha Ana Lívia, estudante de 13 anos morta com um tiro na nuca, em Taubaté. O crime chocou a região.
Faça parte do canal de OVALE no WhatsApp e receba as principais notícias da região! Acesse: https://whatsapp.com/channel/0029VaDQJAL4tRs1UpjkOI1l
Um ano depois, se negando a “celebrar” a data, Jéssica fez uma singela postagem nas redes sociais de uma foto dela com a filha na praia, com a frase: “Que saudade”.
Jéssica disse que se limitou à postagem de forma a marcar a data de uma maneira mais silenciosa, introspectiva, porque a dor da perda de Ana Lívia ainda está muito presente.
“Isso dói na alma, mesmo que a gente continue vivendo, nada é como antes, falta algo, ou melhor, falta alguém”, disse ela.
“Não tenho nada de bom para lembrar nesta data. Não há nada para comemorar e nada para ser feito. A saudade fica e vou tocando a vida, porque tenho um garoto para criar. É um mês cheio de emoções, infelizmente não muito boas”, disse Jéssica.
Ela toca a vida ao lado do filho de um ano e seis meses. Em outubro, em novas postagens, ela celebrou a ida do menino à praia, pela primeira vez.
“Esse foi o primeiro contato dele com essa maravilha que é o mar. E ver a alegria desse pequeno brincando também é a minha, eu só tenho a agradecer a Deus por ter esse pequeno hoje em minha vida, minha motivação para levantar todas as manhãs”, escreveu Jéssica.
Em 2 de novembro, Dia de Finados, ela compartilhou uma frase para despertar as pessoas que não passaram pela tragédia que ela viveu: “Aproveite o dia em homenagem aos que já se foram, para refletir sobre o que você está fazendo pelos que ainda estão aqui”.
CRIME
O caso de Ana Lívia aconteceu em 27 de setembro do ano passado, no bairro Jardim Paulista, em Taubaté, antes da menina e uma colega de 12 anos irem para a escola. As duas eram melhores amigas.
Pela manhã, Lívia ligou para a mãe perguntando se a amiga podia ir até sua casa para que as duas pudessem ir para a escola juntas, de carona com a mãe de outra colega. Horas depois, a mãe de Ana Lívia encontrou a menina já sem vida, em seu quarto.
Lívia foi encontrada com um tiro na nuca, com o corpo caído em cima de uma mesa de cabeceira.
FUNDAÇÃO CASA
A garota de 12 anos que confessou ter matado Ana Lívia foi apreendida e segue internada numa unidade da Fundação Casa em São Paulo.
A menina passa por avaliações psicológicas a cada seis meses e o resultado é encaminhado ao Poder Judiciário, que avalia a evolução dela dentro da unidade de custódia do governo estadual.
Após ter confessado o crime, a menina foi julgada pela Vara da Infância e Juventude de Taubaté, em audiência no dia 7 de novembro de 2022, e sentenciada a permanecer na Fundação Casa e a passar por avaliações psicológicas regulares.
Tais avaliações são feitas por equipes da Fundação Casa e os resultados são enviados para a Vara da Infância e Juventude de Taubaté, que analisa a situação da garota. Não se sabe quando ela poderá deixar a unidade na capital.