IDEIAS

Um ano de reconhecimento do terroir tropical

09/11/2023 | Tempo de leitura: 2 min

Ilustrativa

O fascínio que o Rio São Francisco exerce tem diversas razões. Seu brilho, seu alcance, suas histórias. Para os apaixonados por vinhos, sua abrangência é ainda maior. Entre os anos 80 e 90, a região do semiárido pernambucano passou a ser conhecida também pela produção de vinhos finos, uma história que havia começado na década de 60 com a plantação de uvas de mesa e a elaboração de base para vermutes.

Segundo a Embrapa, a região de clima tropical, única no Brasil, apresenta temperaturas ao longo do ano que possibilitam que os vinhedos irrigados com a água do Velho Chico produzam uvas o ano inteiro.

Todas as condições favoráveis e uma geografia particular, com a caatinga e suas cactáceas, fizeram da região uma referência para a  indústria do vinho nacional.

Importância que, há um ano, recebeu a Indicação Geográfica, a primeira no mundo para os chamados “vinhos tropicais”.

O paralelo 8, região entre a Bahia e Pernambuco, no eixo Petrolina – Juazeiro, engloba também os municípios Casa Nova, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista.

O pedido ficou quase dois anos em análise no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Com a finalização do processo, vinhos tranquilos brancos, tintos e rosés e vinhos espumantes (bruts, demi-secs e moscatéis), elaborados com 100% de uvas produzidas na área geográfica delimitada, são autorizados a ganhar o selo da identificação de procedência.

A estrela são os espumantes, com aproximadamente três milhões de litros por ano, seguidos dos vinhos tranquilos, com produção de cerca 1,5 milhão de litros anuais. Na sua maioria, jovens, frescos, aromáticos, frutados e florais.

Dentro da região demarcada, estão a  pioneira Vinícola do Vale do São Francisco (Botticelli) e muitas outras, como a Adega Bianchetti Tedesco, Terranova (Miolo), Terroir do São Francisco (Garziera), Mandacarú, Quintas de São Braz e Santa Maria/Global Wines dos vinhos Rio Sol.

HARMONIZAÇÃO.

Nas cidades do Vale do Rio São Francisco, os cardápios variam entre pratos com carne de bode e peixes de rio, como surubim (ou pintado). Os frutados espumantes da região, com alta acidez, servem bem para as duas opções. Como devem ser bebidos gelados, também são perfeitos para aplacar o calor.

Por Marcelle Justo

Jornalista e sommelière

Especialista em vinhos

@marcellejusto

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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