COMISSIONADOS

Governistas apresentam emendas para tentar corrigir falhas em projeto que recria cargos

Pacote com cinco emendas visa corrigir irregularidades apontadas por órgãos técnicos da Câmara em projeto que recria 142 cargos comissionados e 114 funções de confiança

Por Julio Codazzi | 01/11/2023 | Tempo de leitura: 3 min
Taubaté

Divulgação/CMT

Plenário da Câmara de Taubaté
Plenário da Câmara de Taubaté

Os dois vereadores governistas que integram a Comissão de Justiça e Redação da Câmara de Taubaté apresentaram um pacote com cinco emendas para tentar corrigir as irregularidades apontadas pelos órgãos técnicos do Legislativo no projeto do prefeito José Saud (MDB) que recria parte da estrutura administrativa da Prefeitura que foi considerada inconstitucional.

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As emendas apresentadas por Marcelo Macedo (MDB) e Dentinho (União) alteram atribuições de cargos comissionados e de funções de confiança, além de modificar as competências de áreas administrativas da Prefeitura.

Essas emendas passarão agora por análise da Procuradoria Legislativa e da Consultoria Legislativa, que foram os órgãos técnicos que apontaram as irregularidades no projeto.

PARECERES.
Ao analisar o projeto anteriormente, a Procuradoria Legislativa apontou que o texto tem ao menos 93 cargos comissionados e 170 funções de confiança com as mesmas irregularidades apontadas pelo Tribunal de Justiça em junho. No caso dos cargos comissionados, o órgão técnico afirmou que "as atribuições apresentadas são técnicas e burocráticas", e que portanto deveriam ser providos por concurso público. Com relação às funções de confiança, a Procuradoria entendeu que elas recriam, com nomenclaturas diferentes, funções consideradas inconstitucionais pelo TJ.

O parecer do órgão técnico alertou ainda que "reiteradas tentativas de aprovar lei já considerada inconstitucional" podem "levar a condenação por improbidade administrativa", e que o Ministério Público recomendou que a Câmara, ao analisar o projeto, não reitere "os vícios já apontados" pelo TJ, "ainda que" a "mera alteração da nomenclatura de órgãos, cargos ou funções se faça crer tratar-se de novidade".

Já a Consultoria Legislativa apontou outra falha no projeto, também atestada pela Procuradoria: a ausência de estimativa do impacto orçamentário-financeiro da recriação dos cargos comissionados e funções de confiança, o que tornaria a proposta nula. Essa falha não foi corrigida, pois os vereadores governistas da Comissão de Justiça e Redação alegam que a Prefeitura "terá uma economia" anual de R$ 12 milhões, pois o número de cargos comissionados e funções de confiança que serão criados é menor do que aqueles que foram considerados inconstitucionais.

TRAMITAÇÃO
Protocolado por Saud no dia 22 de setembro, o projeto foi analisado pelos órgãos técnicos até o dia 26 de outubro. Na mesma data, foi remetido à Comissão de Justiça e Redação. No dia 30, Marcelo Macedo e Dentinho emitiram parecer favorável ao texto.

Ainda pela Comissão de Justiça, falta o voto da vereadora Talita Cadeirante (PSB), que é da oposição. Antes de se manifestar, a parlamentar poderá solicitar informações à Prefeitura para esclarecer os apontamentos feitos pelos órgãos técnicos.

Depois, o projeto ainda passará pela análise das comissões de Finanças e Orçamento e de Saúde, Trabalho, Seguridade Social e Servidor Público. Em ambas, o governo tem minoria.

PROJETO.
Em junho, após ação da PGJ (Procuradoria Geral de Justiça), o TJ considerou inconstitucionais 176 cargos comissionados e 425 funções de confiança da Prefeitura. O prazo para regularização terminou na última quinta-feira (26), quando os ocupantes dos cargos e das funções foram exonerados. A administração municipal manteve apenas as 216 funções de confiança relacionadas às escolas - diretor de escola (122), vice-diretor de escola (66) e supervisor de ensino (28); nesse caso, o STF (Supremo Tribunal Federal) concedeu prazo adicional de um ano para a correção, que inclui a transformação das funções em cargos efetivos e a realização de concurso público para preenchê-los.

Antes da decisão do TJ, a Prefeitura tinha 205 cargos comissionados. Apenas 29 continuam a existir. Pelo projeto, o número passaria a ser de 171 - ou seja, seriam recriados 142 cargos de livre nomeação.

Já com relação às funções de confiança, eram 507 ligadas à estrutura administrativa das secretarias (esse número não inclui 431 funções ligadas às escolas), número que caiu para 298 após a decisão do TJ. Pela proposta do governo Saud, passariam a ser 412, com a recriação de 114 das funções que foram consideradas inconstitucionais.

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