IDEIAS

A conquista de novas fronteiras

Por Marcelle Justo | 27/10/2023 | Tempo de leitura: 2 min
São José dos Campos

Divulgação

Há uma década, a vinícola gaúcha Campestre ampliou sua produção e abriu uma segunda filial, na cidade de Vacaria, a 50 km da matriz, em Campestre da Serra. O enólogo-chefe, André Donatti, gosta de contar cada passo do negócio, que faz parte das compras de supermercado do brasileiro. A empresa produz o Pérgola, um dos vinhos de mesa mais consumidos no país.

A trajetória dessa vinícola ilustra um movimento típico da agroindústria na Região Sul. Uma família de imigrantes italianos se estabelece ao norte do Rio Grande do Sul, começa a produzir vinhos de mesa para consumo próprio e, ao longo dos anos, o excedente passa a ser vendido, tornando-se meio de vida. Na década passada, com a  modernização da vitivinicultura no país, eles abriram uma segunda unidade para fabricar vinhos finos, com uvas europeias. A filial foi construída aproveitando um antigo frigorífico.

De acordo com a Pesquisa Agrícola Municipal do IBGE, o Rio Grande do Sul vem perdendo ao longo dos anos a sua participação na produção nacional agropecuária. Na última década, passou de 7% em 2010 para 5% em 2020. Os líderes desse ranking são os estados do Mato Grosso e Goiás.

Ao mesmo tempo, sem que uma coisa tenha nada a ver com a outra, o consumo de vinhos cresceu. Conforme dados da Uvibra (União Brasileira de Vitivinicultura), em 2022, o mercado brasileiro produziu 23 milhões de litros da bebida, um aumento de 11% em comparação com o ano de 2020, abrindo possibilidade para uma expansão no mercado produtor.

A ampliação da vitivinicultura não acontece apenas no Rio Grande do Sul. A Associação Nacional dos Produtores de Vinhos de Inverno (Anprovin), que reúne vinícolas na Região Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, soma 318 hectares de plantação de vitis viníferas, o que resulta uma produção de 651 mil garrafas de vinho por ano. O número não altera o PIB dos estados, mas já aponta uma mudança: essas terras anteriormente serviam à lavoura de café.

Será que o vinho é a nova fronteira agrícola brasileira? O paladar agradece!

ENOTURISMO.

Em Vacaria, a Campestre fez um museu com as peças e utensílios do frigorífico. Na capital paulista, há mais uma filial com bar e venda dos produtos.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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