PAUTA

Câmara adia, de novo, votação para impedir crianças e adolescentes em ‘Parada LGBTQIA+’

Pedido de adiamento foi feito, de novo, pelo líder do governo; para Assessoria Jurídica da Câmara de São José dos Campos, texto apresentado por vereador do Novo é inconstitucional

Por Julio Codazzi | 19/10/2023 | Tempo de leitura: 2 min
Taubaté

Flavio Pereira/CMSJC

Plenário da Câmara de São José dos Campos
Plenário da Câmara de São José dos Campos

A Câmara de São José dos Campos adiou, pela segunda vez, a votação do projeto que visa proibir a participação de crianças e adolescentes em eventos que sejam financiados pelo poder público municipal e que "se inspirem ou adotem como referência a 'Parada do Orgulho LGBTQIA+'".

O projeto, de autoria do vereador Thomaz Henrique (Novo), estava na pauta da sessão ordinária dessa quinta-feira (19), mas teve a votação adiada após pedido do líder do governo, o vereador Marcão da Academia (PSD). O mesmo já havia ocorrido em setembro.

Como o pedido de adiamento foi por uma sessão, o projeto poderá voltar à pauta na sessão da próxima quinta-feira (26).

PROJETO.
No projeto, o vereador estipula multa de até R$ 10 mil por "hora de indevida exposição da criança ou adolescente ao ambiente impróprio". No texto, o parlamentar alega que "o ambiente dos desfiles" da 'Parada do Orgulho LGBTQIA+' em São Paulo "é completamente insalubre às crianças e aos adolescentes".

A Assessoria Jurídica da Câmara emitiu parecer em que apontou que o projeto é inconstitucional. O órgão técnico afirmou que "a classificação para ingresso de crianças ou adolescentes em eventos ou espetáculos públicos" deve ser "será fixada pela União", e não pelos municípios. O parecer ressaltou ainda que o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) já proíbe a participação de crianças e adolescentes "em eventos ou atividades que lhes possam criar qualquer tipo de vulnerabilidade, não apenas sob o aspecto sexual (exposição da nudez, simulação de atos sexuais, etc.), como também nas demais condições elencadas na exposição dos motivos da proposta (intolerância religiosa e do consumo de bebidas alcoólicas, etc.)".

Apesar do parecer jurídico, as comissões de Justiça, Redação e Direitos Humanos - Zé Luis (PSD), Robertinho da Padaria (Cidadania) e Walter Hayashi (União) - e de Economia, Finanças e Orçamento - Juvenil Silvério (PSD), Roberto Chagas (PL) e Rafael Pascucci (PTB) - emitiram pareceres favoráveis ao projeto, de forma unânime.

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