REUNIÃO

Audiência de conciliação firma plano para cadastramento das famílias do Banhado

Reunião durou mais de três horas em clima tenso; prefeitura deverá cadastrar as famílias sem apoio de força policial

Por Débora Brito | 11/05/2023 | Tempo de leitura: 2 min
São José dos Campos

Claudio Vieira/PMSJC

Moradores do Parque Natural do Banhado serão cadastrados pela Prefeitura
Moradores do Parque Natural do Banhado serão cadastrados pela Prefeitura

A audiência de conciliação desta quinta-feira (11) entre moradores do Parque do Banhado e representantes da Prefeitura de São José dos Campos resultou em um acordo parcial para identificação das famílias.

Sob clima tenso, a reunião realizada na 2ª Vara da Fazenda Pública durou mais de três horas. Além dos moradores e da prefeitura, o encontro teve a presença de integrantes da Defensoria Pública e do Ministério Público do estado, sob a mediação da Juíza Laís Helena Jardim.

Na discussão, foi definida a execução de um plano de cadastramento dos moradores que estão na área alvo da liminar concedida pela Justiça. As famílias poderão sair voluntariamente após conhecer as condições de remoção e ingresso em programas assistenciais.

Antes de cumprir a decisão judicial que permite a remoção das famílias do Parque Natural do Banhado, foi acordado que a prefeitura deve realizar o cadastramento, por meio de questionário, com a presença apenas de servidores civis e assistentes sociais, sem a atuação da polícia.

Ficou estabelecido ainda que a prefeitura deve fazer uma inspeção técnica no local para medir o traçado e depois entregar um arquivo com as definições exatas de georreferenciamento que confirme os limites da área alvo do levantamento.

Somente após a apresentação do georrefereciamento, se não houver controvérsia sobre o conteúdo do material, é que o município poderá dar início ao cadastro.

Não foi definida data para a intimação das famílias, que será realizada por oficial da justiça, depois da etapa de cadastramento.

A Defensoria Pública avalia que foi o "acordo possível neste momento". Mas ressalta que a decisão judicial que está baseando as ações é temporária e pode ser revertida por outra determinação. Durante a reunião, inclusive, foi discutida a possibilidade de reassentamento futuro, opção rejeitada pelos representantes do município.

Nas próximas semanas deve sair sentença da Vara da Fazenda Pública que pode ser contrária à liminar concedida em agravo. Provavelmente haverá um debate jurídico em torno de qual decisão prevalecerá.

Receba as notícias mais relevantes de Vale Do Paraíba e região direto no seu WhatsApp
Participe da Comunidade

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.