INVESTIGAÇÃO

Dois apostadores investigados em manipulação de jogos são do Vale; um jogou pelo Taubaté

Por Da Redação |
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Divulgação / EC Taubaté
Yamasaki em partida pelas categorias de base do Taubaté
Yamasaki em partida pelas categorias de base do Taubaté

Dois dos nomes investigados pelo Ministério Público como possíveis apostadores no âmbito da operação Penalidade Máxima II, que apura esquemas de manipulação de jogos em diferentes torneios de futebol, inclusive na Série A do Campeonato Brasilerio, tem envolvimento com o Vale do Paraíba, ambos contando com residências na região. Um deles, na época de atleta, chegou a atuar nas categorias de base do Esporte Clube Taubaté.

Ambos constam na investigação do MP de Goiás como apostadores, não atletas. Victor Yamasaki Fernandes, de 22 anos, atuou pelo Taubaté até a categoria Sub20, mas, de acordo com registros oficiais, nunca chegou a se profissionalizar como jogador de futebol. Ele chegou a realizar um acordo profissional no Manthiqueira, de Guaratinguetá, outro time da região, mas não oficializou o contrato e não seguiu carreira. O outro citado, Luis Felipe Rodrigues de Castro, tem apenas um breve registro como atleta, também nas categorias de base, mas pelo Mineiros, de Goiás, em 2018. Ambos constam no processo com endereços em Tremembé.

A dupla é citada pelo Ministério Público como investigados de fazerem parte de um núcleo de apostadores, estes "responsáveis por efetivamente contatar e aliciar jogadores para participação no esquema delitivo, além de realizar pagamentos indevidos e promover apostas nos sites esportivos em contas próprias e principalmente de terceiros."

De acordo com a investigação oficial do MP, ambos teria tido envolvimento com manipulação de jogos ao longo do ano passado, inclusive em partidas da Série B do Campeonato Brasileiro, que ganharam notoriedade recentemente pelas investigações. Yamasaki seria um dos responsáveis pela intermediação com jogadores envolvidos nas partidas, chegando, inclusive, a negociar via WhatsApp valores de pagamentos que iriam até R$ 200 mil.

Em determinada conversa obtida Justiça, Yamasaki ainda debateria com outros possíveis envolvidos sobre os valores de "comissão" a serem repassados, e que buscaria mais jogadores para "triplicar" a quantia. Outros nomes também são investigados pelo Ministério Público como possíveis envolvidos no esquema: Bruno Lopez de Moura (apontado pelo MP como principal responsável pelo esquema), Camila Silva da Motta, Ícaro Fernando Calixto dos Santos e Zildo Peixoto Neto.

Mandados de busca foram expedidos contra ambos os ex-atletas, não encontrados para comentar o caso. Segundo informações obtidas pela reportagem, Yamasaki não teria mais residência fixa na região, tendo se mudado para Presidente Venceslau, sua cidade natal, outro local alvo de mandados. O Esporte Clube Taubaté, onde o ex-atleta atuou como meio-campista entre 2016 e 2021, nas categorias Sub17 e Sub20, também foi procurado, e afirmou que não compactua com ações ilícitas, e que o investigado citado atuou apenas pelas categorias de base até 2021, e é citado na investigação como apostador, e não atleta. Antes, ele chegou a atuar pela base de grandes equipes do futebol brasileiro, como Avaí-SC e Fluminense-RJ.

A OPERAÇÃO.

As suspeitas do órgão é que um dos grupos criminosos em atividade tenha atuado para manipular ações em partidas da Série A do Brasileirão de 2022 e da Série B, além de cinco partidas em campeonatos estaduais, entre eles os campeonatos Goiano, Gaúcho, Mato-Grossense e Paulista, estes todos em 2023.

Além de Taubaté, foram cumpridos ainda outros seis mandados de busca e apreensão em municípios do estado de São Paulo, além da capital paulista, e outras cidades do país: Goianira (GO), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Pelotas (RS), Santa Maria (RS), Erechim (RS), Chapecó (SC), Tubarão (SC), Bragança Paulista (SP), Guarulhos (SP), Santo André (SP), Santana de Parnaíba (SP), Santos (SP) e Presidente Venceslau (SP).

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