CESTA DE PÁSCOA

Itens de Páscoa sobem acima da inflação, diz Nupes; azeitona e ovos são vilões da cesta

Pesquisa analisa seis produtos típicos da Páscoa em supermercados do Vale do Paraíba

Por Xandu Alves | 03/04/2023 | Tempo de leitura: 3 min
São José dos Campos

Divulgação / Marcelo Camargo / Agência Brasil

Ovos de Páscoa ficaram até 16,55% mais caros no Vale em 2023
Ovos de Páscoa ficaram até 16,55% mais caros no Vale em 2023

As azeitonas, os bombons e os ovos de chocolate são os principais ‘vilões’ das compras para essa Páscoa nas cidades do Vale do Paraíba, segundo pesquisa feita pelo Nupes (Núcleo de Pesquisas Econômicas Sociais), da Unitau (Universidade de Taubaté).

Os três produtos foram os que mais subiram de preço na comparação com o mesmo período do ano passado. Todos eles aumentaram de valor acima da inflação acumulada em 12 meses, segundo o indicador IPCA do IBGE.

Quem mais ‘salgou’ seu preço na cesta de Páscoa foi a azeitona, cujo pote de 500 gramas aumentou 35% na pesquisa do Nupes. O valor foi de R$ 16 para R$ 21,73 entre março de 2022 e o mesmo mês neste ano.

“Essa alta nos preços é consequência da redução da oferta, principalmente europeia coma a seca intensa no verão que reduziu a oferta. Além disso, a guerra Rússia/Ucrânia aumentou os custos de produção”, informou o Nupes.

A pesquisa foi realizada de 20 a 25 de março em 16 supermercados, nas cidades de São José dos Campos, Taubaté, Caçapava e Campos do Jordão. O preço final de cada produto foi definido a partir do preço médio das marcas mais tradicionais encontradas nos estabelecimentos.

O preço está parametrizado para quilogramas, a partir da proporcionalidade dos pesos identificados nos produtos pesquisados.

CHOCOLATE MAIS AMARGO

Depois das azeitonas, os bombons (caixas de 300g) aumentaram 19,77% de preço em um ano, subindo de R$ 10 para R$ 12.

Em seguida, aparecem duas variações de ovos de chocolate. Os ovos de Páscoa com brinquedos (250g) tiveram alta de 16,55%, passando de R$ 59,53 para R$ 69,38. Os ovos sem brinquedo (250g) subiram 15,52%, sendo vendidos agora por R$ 47,65 contra R$ 41,25 de há um ano.

“Mesmo com a maior concorrência de ofertantes, por conta da produção informal (caseira), não foi suficiente para este patamar de preços, revelando o repasse das altas nos custos de produção”, diz trecho do estudo.

MAR SALGADO

Um dos mais tradicionais produtos consumidos nessa época do ano, o bacalhau também ficou mais salgado, e não para a culinária. É no bolso mesmo. O preço médio no Vale alcançou R$ 104,41 o quilo contra R$ 91 no ano passado, 14,68% de alta na comparação com a Páscoa de 2022.

O quilo do filé de peixe foi o que subiu menos na cesta de Páscoa, 6,57% no intervalo de 12 meses, passando de R$ 39,80 para R$ 42,41.

“O Brasil reduziu em 32,7% o volume do bacalhau, no comparativo com a Páscoa de 2022. Essa redução está diretamente ligada à alta nos preços do produto no mercado internacional com a alta nos custos de produção, principalmente dos combustíveis na Europa.”

Segundo a avaliação do Nupes, todos os seis produtos pesquisados tiveram aumento de preço acima da variação da inflação oficial, que foi de 5,60% entre fevereiro de 2022 e o mesmo mês neste ano.

CESTA DE PÁSCOA

As azeitonas mais em conta foram encontradas em Taubaté (R$ 20,41 preço médio) e as mais caras em Caçapava (R$ 24,79). Os ovos com brinquedo estão com menor preço em São José (R$ 62,62) e maior em Caçapava (R$ 74,27). Os ovos sem brinquedo variam de R$ 43,46 em Taubaté a R$ 51,61 em Caçapava. Bombons mais baratos em São José (R$ 11,15) e mais caros em Campos do Jordão (R$ 12,90).

O quilo do bacalhau está com melhor preço em Caçapava (R$ 100,69) e pior em Taubaté (R$ 106,95). O filé de peixe pode ser comprado de R$ 39,90 o quilo em São José a R$ 44,96 em Campos do Jordão.

Por isso, os pesquisadores do Nupes aconselham os consumidores a pesquisar preços antes de definir as compras para as refeições de Páscoa.

“Considerando que as rendas estão mais restritas este ano, pesquisar preços e qualidade do produto é fundamental para quem considera a economicidade um princípio fundamental em suas decisões compras.”

A dica final é não deixar para comprar na última hora: “A tendência é sempre de aumento de preço do produto além de menor variedade”.

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