Profissionais na área de socorro e saúde mental aconselham a, em primeiro lugar e no imediato, trabalhar com o possível, reganhando certo controle do que está em dentro das possibilidades, nem que seja escolher se vai beber uma água que foi oferecida ou não.  Vamos fazer o que é possível, com o possível, dentro do possível. Esse é o nosso desafio agora, em relação ao nosso litoral, e também em relação a tragédias pessoais que enfrentamos todos os dias. Após o impacto, focamos com intencionalidade no que ainda está em nossas mãos e dedicamos nosso esforço nisso, procurando nos desviar de coisas que podem nos trazer atmosferas ainda mais destrutivas do que construtivas ou restaurativas.

Há algumas escolhas de solidariedade que podemos e vamos fazer. O envio de doações, uma excursão para ajudar na limpeza, uma mensagem, uma palavra de ânimo, tudo isso nos cabe e nos é possível. Depois, a reconstrução. Um dia depois do outro. Algumas coisas vão ser para sempre diferentes, mas prosseguir é algo que está ao alcance, mesmo diante de grandes tragédias. Especialmente encontramos alento no ajudar aquele que está próximo; esse gesto tem algo tão grandioso em si que, de fato, tem o poder de nos impulsionar. Toda vez que saímos de nós e nossos problemas para estender a mão algo bonito acontece em nós. Não desista de ajudar, nem mesmo se parece que ninguém está vendo ou se ninguém agradecer. O seu coração vai ser alimentado e fortalecido. E isso importa.

Leio nas Escrituras uma oração que o Apostolo Paulo fez, que chega até nós hoje, também:  Que o próprio Senhor Jesus Cristo e Deus nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consolação e boa esperança pela graça, dê ânimo aos seus corações e os fortaleça para fazerem sempre o bem, tanto em atos como em palavras (2 Tessalonicenses 2:16,17). Sim, na presença de Cristo somos consolados e animados, e isso nos fortalece para mudar cenários através de corações fortalecidos para fazer o que é bom. Vamos juntos.