POLITICANDO

Eleição de 2024 já começou nos bastidores

Por Julio Codazzi | 10/02/2023 | Tempo de leitura: 2 min

Alejandro Zambrana/Secom/TSE

Em 2024, voltaremos às urnas
Em 2024, voltaremos às urnas

Ainda faltam 20 meses para as eleições municipais de 2024, mas esse já é – de longe – o principal assunto nos bastidores da política da região. E, embora os cenários ainda sejam bem incertos nas duas principais cidades do Vale do Paraíba, é possível observar um nítido movimentar de peças que mira o próximo pleito.

E isso fica mais cristalino nas Câmaras. Tanto em São José dos Campos quanto em Taubaté, os prefeitos ainda mantêm apoio da maioria dos vereadores, mas com uma margem bem menos cômoda do que no início da atual legislatura, em 2021.

Nas duas cidades, no início do mandato, a oposição se resumia a dois ou três votos, no máximo. Em São José, no começo, o governo tinha 18 dos 21 votos garantidos. Hoje, tem 12 ou 13. Essa redução já impediu, por exemplo, a aprovação de pautas importantes que exigem dois terços da Câmara – ou seja, 14 votos. A oposição já somaria, facilmente, as 7 assinaturas necessárias para abrir uma CPI. Mas ainda não fez isso porque a comissão correria o risco de ser inócua, já que a base aliada ao prefeito Anderson Farias (PSD) poderia indicar a maioria dos integrantes e ditar o rumo das investigações.

Na Câmara de Taubaté, governo e oposição já estão em cenário de empate técnico. Tanto é que os governistas só venceram a disputa pelo comando da Casa no critério da idade. Mas os oposicionistas furaram a blindagem dos aliados ao prefeito José Saud (MDB) e conseguiram emplacar uma CPI para investigar as denúncias de irregularidade nas terceirizações da saúde. Essa apuração, que deve se estender até o fim de 2024, tem o potencial de desgastar politicamente o emedebista.

Fora do Legislativo, o cenário de incerteza nas duas cidades pode ser resumido com as mesmas: ex-prefeito do PSDB. Eduardo Cury, que governou São José de 2005 a 2012, será candidato em 2024? Ortiz Junior, que comandou Taubaté de 2013 a 2020, tentará voltar ao Bom Conselho no ano que vem?

Caso os tucanos se lancem como candidatos, devem se tornar os principais adversários de Anderson e Saud. Prefeitos que, inclusive, já enfrentam hoje um obstáculo semelhante: a dificuldade de criar uma marca para seus governos.

No caso de Anderson, as principais ações foram tiradas do papel até o início de 2022, em uma tentativa de viabilizar o nome do então prefeito, Felicio Ramuth (PSD), ao Palácio dos Bandeirantes. Sobraram alguns pepinos para resolver, como a novela da licitação do transporte e a dívida de centenas de milhões com o instituto de previdência do município.

Já Saud, em dois anos de mandato, descartou as principais promessas que havia feito na eleição de 2020 e ainda escorregou em uma série de cascas de banana. A mais recente delas é o atraso na compra dos materiais escolares.

Em outubro de 2024 será apenas o apito final dessa partida. A bola já está rolando faz tempo.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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