OPINIÃO

Crianças em perigo

Por José Renato Nalini | 16/12/2022 | Tempo de leitura: 2 min
Reitor da Uniregistral, docente da Pós-graduação da Uninove e Presidente da Academia Paulista de Letras – 2021-2022
OVALE

Divulgação

Crianças em perigo
Crianças em perigo

Elas nada fazem para piorar o mundo. Mas o pior dos mundos está reservado para elas. O relatório Crianças, adolescentes e mudanças climáticas no Brasil, publicado pela Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), publicado no último dia 9 de novembro, deveria apavorar todas as pessoas de bem. Mas vai passar desapercebido, como todos os alertas que vozes minoritárias, a clamar no deserto das consciências, têm desaguado na insensibilidade.

O que contém esse estudo? Mostra que mais de quarenta milhões de brasileiros com até dezoito anos estão expostos a mais de um risco ambiental. Quais são os tipos de risco? O pior deles é a poluição por pesticida, que atinge quase trinta milhões de crianças e adolescentes. Em segundo, a poluição do ar, com quase vinte e cinco milhões de jovens brasileiros expostos. Depois, as ondas de calor, com aproximadamente catorze milhões de infantes e moços ameaçados. Mas há também falta de água, que impacta cerca de nove milhões de vítimas, as enchentes fluviais, que podem atingir sete milhões e meio de seres vulneráveis e mais dois milhões sujeitos a enchentes costeiras.

O resultado deriva de estudos fornecidos pelo UNICEF, artigos e relatórios de entidades brasileiras e internacionais, com o intuito de se chegar a um diagnóstico da situação climática e ambiental no Brasil. A partir do foco centrado em crianças e adolescentes.

A contaminação por pesticidas, disseminados no ar e na água, compromete o desenvolvimento físico e intelectual desses seres em formação. É inacreditável que o Brasil aceite mais de quinhentos herbicidas proibidos em seus países de origem, aqui livremente utilizados por insanos que só enxergam o lucro e não se preocupam com a saúde alheia.

O desaparecimento de muitos cursos d’água, a eliminação de nascentes que eram abundantes no Brasil antes da chegada lusa, tem sido assimilado por governo e pela sociedade como fatos naturais. Não são! Representam a consequência dos maus tratos infligidos à natureza, nosso maior patrimônio, dilapidado e destruído em grande parte, por insensatez, ignorância e cupidez. Pobres crianças, cujo destino está selado pela crueldade adulta sem freios, nem piedade.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

Receba as notícias mais relevantes de Vale Do Paraíba e região direto no seu WhatsApp
Participe da Comunidade

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.