Outubro Rosa

RMVale registra mais de 1.800 cirurgias de mama entre janeiro de 2021 e agosto de 2022

Por Gabriele Maciel | 30/10/2022 | Tempo de leitura: 3 min
redação

Reprodução

70% dos casos diagnosticados no país levam a necessidade de a paciente passar por mastectomia, de acordo com a SBM
70% dos casos diagnosticados no país levam a necessidade de a paciente passar por mastectomia, de acordo com a SBM

Apesar de ser multidisciplinar, o tratamento para câncer de mama envolve, na grande maioria das vezes, a realização de procedimento cirúrgicos.

Entre janeiro de 2021 a agosto deste ano foram realizadas na RMVale (Região Metropolitana do Vale) 1.812 cirurgias de mama pelo SUS (Sistema único de Saúde), segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde.

Em Jacareí, 86 mulheres passaram por cirurgias de tumores de mama neste ano. Já no Hospital Pio 12, que atende pacientes do SUS em São José dos Campos, são realizadas, em média, 16 cirurgias por mês.

José Spartaco Vial, mastologista responsável pelo serviço de cirurgia de mama do Pio 12, diz que o procedimento tem como objetivo retirar o tumor do seio da paciente.

“O que define como vai ser a cirurgia é o estágio da doença e o tamanho do tumor. Existe aquela que nós chamamos de conservadora da mama, em que se retira o tumor junto com parte do tecido e a mastectomia, em que toda a mama é retirada”, explica.

Quando isso acontece, a mulher tem direito de ter sua mama reconstituída.

“A Lei nº 12.802, de 2013, diz que a reconstituição deve ser realizada logo após a retirada da mama, na mesma cirurgia. Mas infelizmente, a realidade ainda é muito diferente disso e apenas 20% das mulheres brasileiras realizaram cirurgia imediata de reconstrução mamária, entre 2015 e 2020”, relata a mastologista Maira Caleffi, presidente voluntária da Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama).

RECONSTRUÇÃO

A cirurgia de reconstituição é feita por um cirurgião plástico, que junto com o mastologista decide o melhor momento para isso acontecer.

 Carlos Koji, membro especialista e titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, explica que existem várias técnicas de reconstrução, mas grande parte delas é feita com um implante mamário ou expansor de mama.

 “A reconstrução imediata permite que a mulher não tenha esse trauma, de perder essa parte do corpo que para elas é muito importante, ligada à feminilidade”, esclarece Koji. Para ele, as pacientes que realizam o procedimento ficam mais confiantes no tratamento.

A influenciadora digital Marjorie Vannucci, 43 anos, passou por uma mastectomia no ano de 2017.

“A reconstrução devolveu a minha integridade física, a minha ergonomia, é muito mais que a questão estética”, destacou a OVALE.

Vannucci está em processo de remissão para doença, mas ainda segue com tratamento baseado em hormonioterapia oral. Ela também irá passar por uma segunda etapa da reconstrução, quando o cirurgião plástico fará um mamilo a partir da própria pele da paciente. Depois Marjorie diz que irá recorrer a uma tatuagem, que trará ainda mais harmonia e realismo aos seus novos seios.

AÇÕES.

No mês voltado à conscientização do câncer de mama, o Ministério da Saúde anunciou que irá repassar R$ 100 milhões em recursos voltados à reconstrução mamária via SUS. A medida visa atender a demanda represada, que em alguns estados contam com fila de espera. A reportagem de OVALE procurou a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo para saber quantas mulheres aguardam pelo procedimento, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria.

Outra iniciativa diz respeito à aprovação do Projeto de Lei nº 4.171, de 2021, que cria o Programa Nacional de Navegação de Pacientes para Pessoas com Neoplasia Maligna de Mama.

De acordo com Caleffi, a lei “é um marco que contribuirá significativamente para o acesso dos pacientes aos serviços de saúde”.

A navegação tem o objetivo de atenuar as barreiras institucionais, socioeconômicas e pessoais durante o tratamento do câncer.

“A partir da implementação nos estados e municípios, será possível mensurar o cumprimento de leis tão importantes como o do diagnóstico ágil, necessário para o início do tratamento e controle da doença”, concluiu Caleffi à reportagem de OVALE.

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