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Síndrome de Ovários Policísticos atinge cerca de 2 milhões de mulheres, diz federação

Por Thais Perez |
| Tempo de leitura: 2 min
Setembro é mês de conscientização sobre a síndrome dos ovários policísticos
Setembro é mês de conscientização sobre a síndrome dos ovários policísticos

A SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos) é uma das desordens endocrinológicas mais comuns nas mulheres em idade reprodutiva, afetando cerca de 10% delas. A Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) estima que país existam 2 milhões de mulheres com essa condição.

A síndrome possui relação com alterações metabólicas, presença de acne, queda de cabelos (alopecia androgenética), aumento de pelos em áreas androgênio-dependentes (hirsutismo), resistência à ação da insulina (50-70% das pacientes), diabetes, hipertensão arterial, entre outros.

“A obesidade tem relação direta com a SOP, acometendo cerca de 50% das pacientes. Diante do quadro de resistência insulínica, há maior chance do ganho de peso e maior dificuldade para emagrecer. Sendo assim, a SOP é entendida hoje como uma doença metabólica, com todas as suas implicações. O foco deixou de ser exclusivamente o sistema reprodutivo, englobando o organismo como um todo”, explica Claudia Chang, pós-doutora em endocrinologia e metabologia pela USP e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Mulheres portadoras de SOP podem ter desde a diminuição até a parada dos ciclos ovulatórios e, consequentemente, da menstruação. “Quem menstrua a cada 3 meses, por exemplo, ovula somente a cada 3 meses. Ou seja, a mulher tem apenas 4 ovulações ao ano, dificultando as chances de engravidar.

DIAGNÓSTICO

Segundo o ginecologista Carlos Moraes, o que caracteriza os “ovários policísticos” no ultrassom transvaginal é a presença de um número de folículos por ovário, maior do que 20 e/ou um volume ovariano maior do que 10ml, garantindo a ausência de corpos lúteos, cistos ou folículos dominantes.

TRATAMENTO

A primeira linha de tratamento para SOP inclui modificações no estilo de vida. “Para muitas mulheres que sofrem de SOP, perder apenas 10% do peso corporal já pode restaurar os padrões menstruais normais. Além de corrigir a dieta, adotar a prática de atividade física e controlar o estresse auxiliam muito no tratamento”, diz a endocrinologista Claudia Chang.

Os tratamentos farmacológicos abrangem desde o uso de anticoncepcionais orais, antiandrogênios (medicações contra hormônio masculino), sensibilizadores de insulina (metformina) e indutores ovulatórios, para as mulheres que desejam gestar.

Já os anticoncepcionais hormonais combinados são o manejo farmacológico de primeira linha para o tratamento de irregularidade menstrual e hiperandrogenismo, sem recomendação específica de preparações.

“Em casos mais complexos, a cirurgia ovariana é indicada. É feita por laparoscopia, cujos folículos são drenados com uma pequena agulha para ajudar a estimular a ovulação. A cirurgia é realizada apenas se o tratamento médico falhar, pois os ovários podem ser danificados se o procedimento não for feito corretamente”, alerta o ginecologista Carlos Moraes.

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