A rede russa Vantajoso inaugurou sua primeira unidade brasileira em Americana-SP, cidade a 35km de Piracicaba, introduzindo um modelo de negócios baseado na redução de despesas estruturais para oferecer preços até 30% menores que a média do mercado.
Controlada pelo grupo Svetofor, a varejista utiliza o conceito de hard discount, que prioriza a economia direta ao consumidor através da simplificação do ambiente de compra. A unidade de Americana serve como projeto-piloto para uma expansão prevista de 50 lojas nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
A estrutura das lojas difere dos supermercados tradicionais brasileiros por eliminar serviços e elementos decorativos.
As estratégias operacionais da unidade baseiam-se na simplificação logística e estrutural para reduzir custos. A logística de exposição utiliza o sistema de mercadorias mantidas diretamente em pallets ou em suas embalagens de transporte, o que elimina a necessidade de reposição manual em gôndolas. No que diz respeito aos recursos humanos, a rede opera com um quadro enxuto de funcionários e não disponibiliza o serviço de empacotadores.
Além disso, o ambiente de compras é caracterizado pela iluminação funcional e pela ausência de investimentos em comunicação visual complexa ou em setores de atendimento personalizado, como padarias e açougues.
A rede opera com uma variedade restrita de itens para aumentar o poder de barganha com fornecedores. Enquanto unidades convencionais trabalham com cerca de 20 mil produtos, a Vantajoso mantém entre 1.500 e 2.000 itens. Essa estratégia foca em:
A chegada da rede russa estabelece uma nova dinâmica de concorrência com grandes grupos do setor, como Carrefour e Assaí, além de mercados de vizinhança. O modelo visa atrair consumidores que priorizam o valor final da nota fiscal em detrimento da experiência de compra ou variedade de marcas.
A expansão da marca deve focar em cidades de médio porte e periferias de grandes centros urbanos, onde a demanda por itens da cesta básica com menores preços é mais acentuada. O sucesso do modelo no Brasil dependerá da aceitação do público à ausência de conveniências tradicionais do varejo nacional.