Com a aproximação do fim do ano, cresce o interesse por adotar cães e gatos, muitas vezes motivado pelo clima de celebração e renovação. No entanto, especialistas alertam que a decisão de ter um pet não deve ser encarada como um gesto impulsivo ou um presente simbólico. Trata-se de um compromisso que se estende por anos e envolve cuidados contínuos, investimento financeiro e adaptação da rotina familiar.
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Ter um animal de estimação significa assumir responsabilidades diárias que impactam diretamente o estilo de vida do tutor. Disponibilidade de tempo, preparo emocional e estrutura adequada são pontos fundamentais antes da adoção. Animais que passam longos períodos sozinhos podem desenvolver problemas comportamentais e emocionais, o que reforça a importância de avaliar se a rotina da casa é compatível com as necessidades do pet.
Filhotes costumam demandar mais supervisão, educação e acompanhamento médico frequente, especialmente nos primeiros meses de vida. Já animais adultos, embora muitas vezes mais independentes, também precisam de um período de adaptação ao novo ambiente, que pode exigir paciência, dedicação e reforço positivo. Em qualquer fase, momentos de interação, brincadeiras e estímulos são essenciais para o bem-estar e a criação de vínculos.
Além da alimentação adequada, é necessário considerar gastos regulares com consultas veterinárias, vacinas, medicamentos preventivos, higiene e acessórios. Imprevistos também fazem parte da realidade de quem convive com um pet, e o planejamento financeiro ajuda a garantir qualidade de vida ao animal, inclusive durante a fase de envelhecimento.
A organização da casa é outro fator decisivo. Telas de proteção, espaços definidos para descanso, alimentação e necessidades fisiológicas contribuem para a segurança e o conforto do pet. Situações como viagens e ausências prolongadas também precisam ser planejadas com antecedência, seja por meio de pet sitters, hotéis especializados ou uma rede de apoio confiável.
A decisão sobre qual animal adotar deve levar em conta características como porte, nível de atividade, comportamento e necessidades específicas, e não apenas a estética. Avaliar esses aspectos com o apoio de um veterinário ajuda a evitar dificuldades de adaptação e reduz o risco de abandono, um problema ainda recorrente no país.
Segundo Priscila Rizelo, médica veterinária, os benefícios da convivência entre humanos e animais são amplamente reconhecidos, mas só se tornam positivos quando há planejamento e orientação adequada. “A adoção responsável é o caminho para uma relação saudável e duradoura”, destaca.
Ao refletir antes de tomar a decisão, o futuro tutor contribui não apenas para o bem-estar do animal, mas também para uma convivência mais equilibrada e consciente.