O Reino Unido se consolidou como um dos destinos mais procurados por brasileiros que buscam trabalho, estabilidade econômica e novos projetos de vida fora do Brasil. Hoje, o país ocupa o 4º lugar no ranking de nações com mais brasileiros no exterior, reunindo uma comunidade estimada em cerca de 230 mil pessoas — número comparável à população de cidades médias brasileiras.
VEJA MAIS:
- Comércio sente Natal mais fraco em Piracicaba
- Johnson & Johnson é condenada em caso de talco contaminado; VEJA
- Clique aqui e receba, gratuitamente, as principais notícias da cidade, no seu WhatsApp, em tempo real.
Esse fluxo chama atenção não apenas pelo volume, mas também pelo perfil de permanência. Diferentemente de movimentos temporários, cresce o número de brasileiros que constroem carreira, buscam residência definitiva e passam a integrar o mercado e a vida social britânica.
Londres concentra, mas outras cidades ganham força
A capital britânica segue como principal polo da comunidade brasileira. Londres reúne a maior oferta de empregos, transporte eficiente e serviços voltados ao público internacional, o que faz da cidade o primeiro destino de muitos imigrantes.
Nos últimos anos, porém, outras cidades passaram a atrair brasileiros, como Manchester, Birmingham, Leeds e Bristol. Esses centros urbanos oferecem oportunidades em diferentes setores e, em muitos casos, um custo de vida menos agressivo do que o da capital, favorecendo a migração interna dentro do próprio Reino Unido.
Mercado de trabalho vai do serviço à alta qualificação
Grande parte dos brasileiros atua em áreas como serviços, hotelaria e construção civil, setores que continuam sendo porta de entrada para quem chega ao país. Essas atividades absorvem mão de obra estrangeira e oferecem rápida inserção no mercado.
Ao mesmo tempo, cresce a presença de profissionais brasileiros em tecnologia da informação, finanças, saúde e educação, indicando avanço da comunidade em áreas mais qualificadas. O empreendedorismo também ganha espaço, com abertura de pequenos negócios e prestação de serviços, fortalecendo redes locais.
Salários atraem, mas o aluguel impõe limites
A mediana do salário bruto anual no Reino Unido gira em torno de £39 mil, o que representa cerca de £3.250 por mês antes dos impostos. Em Londres, esse valor tende a ser maior, o que ajuda a explicar a atração inicial pela capital.
Apesar disso, o custo de vida — especialmente o aluguel — é um dos principais obstáculos. Em média, entre 35% e 40% da renda mensal pode ser comprometida apenas com moradia, exigindo planejamento financeiro rigoroso.
Diferença de preços pesa na escolha da cidade
Em Londres, o aluguel de um apartamento de um quarto costuma variar entre £2.300 e £2.700 por mês, tornando a capital um dos mercados imobiliários mais caros da Europa.
Já em Manchester, por exemplo, imóveis similares ficam na faixa de £1.150 a £1.300, uma diferença que influencia diretamente decisões de moradia e até de trabalho. Muitos brasileiros optam por viver mais afastados dos centros ou dividir imóveis para reduzir despesas, sobretudo no início da trajetória no país.
Tendência é de permanência e maior integração
O número de brasileiros com residência permanente ou cidadania britânica segue em alta, o que indica uma tendência de fixação de longo prazo. Esse movimento fortalece a comunidade, amplia sua atuação em setores estratégicos e reforça a presença cultural brasileira no país.
Ao mesmo tempo, o desafio da moradia permanece como fator decisivo. O equilíbrio entre renda e despesas continuará moldando escolhas de cidade, tipo de trabalho e qualidade de vida dos brasileiros no Reino Unido.
Com uma comunidade numerosa, diversificada e cada vez mais integrada, o país se firma como um destino estratégico para quem busca reorganizar a vida fora do Brasil — desde que o custo de viver, especialmente o aluguel, esteja no centro do planejamento.