A Polícia Federal indiciou cinco ex-integrantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e um ex-diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) por tentarem dificultar o deslocamento de eleitores no segundo turno das eleições presidenciais de 2022. A investigação aponta que as ações prejudicaram principalmente eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva no Nordeste.
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Os indiciados são:
- Luis Carlos Reischak Junior, ex-diretor de Inteligência da PRF;
- Rodrigo Cardozo Hoppe, ex-diretor de Inteligência substituto;
- Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações;
- Adiel Pereira Alcantara, ex-coordenador de Análise de Inteligência da PRF;
- Bruno Nonato dos Santos Pereira, ex-coordenador-geral de Inteligência da ANTT.
O inquérito da PF, enviado ao STF em dezembro de 2024 e revelado pelo UOL em janeiro de 2025, indica crimes como desobediência, prevaricação, restrição ao direito de voto e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Agora, a Procuradoria-Geral da República (PGR) decidirá se denuncia os envolvidos, solicita novas investigações ou arquiva o caso.
Mensagens reveladoras e ações investigadas
Em mensagens obtidas pela PF, Adiel Alcântara criticou Silvinei Vasques, diretor-geral da PRF à época, acusando-o de defender ações de "policiamento direcionado" antes do segundo turno. Vasques havia declarado voto em Jair Bolsonaro e, mesmo sob ordem do ministro Alexandre de Moraes para suspender as blitzes, a PRF desobedeceu.
Relatórios mostram que, entre 28 e 30 de outubro de 2022, a PRF fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste, onde Lula liderava nas pesquisas, contra 571 no Sudeste.
Indiciamentos anteriores
A PF já havia indiciado, em agosto de 2024, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, Silvinei Vasques e quatro policiais federais cedidos ao Ministério da Justiça. Eles também foram acusados de tentar impedir o deslocamento de eleitores no Nordeste.
*Com informações do portal G1