GRAVAÇÕES

'A mina não sabe nem quem eu sou': ouça grampos de Robinho sobre estupro na Itália

Nas gravações, Robinho confirma ter visto seus amigos fazendo sexo com a mulher que os acusa de estupro e fala em dar um soco no rosto dela.

Por Fábio Zanini | 14/06/2023 | Tempo de leitura: 3 min
da Folhapress

Reprodução/Uol

Em abril, o STJ suspendeu o julgamento do recurso de Robinho após pedido de vista do ministro.
Em abril, o STJ suspendeu o julgamento do recurso de Robinho após pedido de vista do ministro.

Nesta quarta-feira (14), o portal UOL divulgou áudios de conversas entre Robinho e amigos do ex-atleta que fizeram parte do material usado pelo Ministério Público da Itália no processo que condenou o brasileiro por estupro coletivo. O conteúdo está disponível no podcast "UOL Esporte Histórias".

O ex-atacante do Milan e do Santos foi condenado a nove anos de prisão, mas permanece em liberdade no Brasil.

Em um dos trechos gravados pela polícia por meio de um grampo instalado em um carro, Robinho falava com Ricardo Falco sobre como eles responderiam à acusação de estupro que pesava contra os dois.

"A mina sabe que tu não fez porra nenhuma com ela, ela é idiota? A gente vai dar um soco na cara dela. Tu vai dar um murro na cara, vai falar: 'Porra, que que eu fiz contigo?", afirmou o ex-jogador.

Segundo o UOL, são mais de dez horas de escutas que se tornaram as principais provas no processo que terminou com a condenação de Robinho e Falco a nove anos de prisão por estupro coletivo. A sentença passou pelas três instâncias nos tribunais da Itália e não cabe mais recurso.

Nas gravações, Robinho confirma o estado de inconsciência da vítima no momento do crime. "Por isso que eu estou rindo, eu não estou nem aí. A mina estava extremamente embriagada, não sabe nem quem que eu sou", disse ele.

Em outro momento, o ex-jogador, chamado por seus amigos de "Neguinho", admite ter mantido relações sexuais com a vítima. Ele negava isso desde o começo das investigações.

"Vamos chutar errado: 'Ah, deu alguma coisa, descobriram que o Ricardo participou, que o Neguinho comeu a mina.' 'É, eu comi, pô! Porque ela quis. Aonde eu forcei a mina? Eu comi a mina, ela fez chupeta pra mim e depois saí fora. Os caras continuaram lá'", afirmou o ex-jogador.

Uma parte dessas conversas já tinha vindo a público em 2020, quando o tribunal de Milão publicou a sentença de condenação dos brasileiros.

Mas a imprensa teve acesso na ocasião apenas às transcrições do conteúdo das gravações. As conversas, em português, foram traduzidas para o italiano para serem usadas no julgamento e, depois, traduzidas de volta ao português pela imprensa. Robinho alegou que suas palavras foram mal traduzidas e retiradas de contexto.

Supostos problemas na tradução são a base da defesa de Robinho no processo que tramita hoje no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Esse processo se refere ao pedido da Itália para que o Brasil execute a pena de Robinho e Falco, ou seja, que cumpram suas penas aqui, uma vez que a Constituição brasileira proíbe a extradição de seus cidadãos.

Os advogados de Robinho já pediram para o tribunal exigir da Itália o processo inteiro e traduzido, e não apenas a sentença. Mas o STJ negou. O caso segue em tramitação.

A reportagem do UOL afirma que entrou em contato com Robinho para oferecer a ele oportunidade de comentar os áudios, mas o ex-jogador preferiu não dar entrevista. Falco e os demais denunciados também foram procurados, mas não quiseram se pronunciar.

Urgência no julgamento
A Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa de São Paulo decidiu nesta quarta-feira (14) que enviará ao Superior Tribunal de Justiça uma solicitação para que os processos envolvendo Robinho, condenado a nove anos de prisão por estupro na Itália, sejam julgados com urgência.

Os processos tratam da possibilidade de homologação da sentença italiana e, em caso positivo, da transferência da execução da pena do ex-jogador e de seu amigo Ricardo Falco, condenado por participação no mesmo crime.

"Com efeito, entendemos ser necessário que os referidos feitos tramitem de forma prioritária, em razão de se tratar de assunto relacionado à violência contra a mulher. A demora no julgamento desses casos acaba penalizando novamente a vítima, prevalecendo a impunidade dos agressores", diz o requerimento apresentado pelo deputado Thiago Auricchio (PL) à CCJ, da qual é presidente. Em abril, o STJ suspendeu o julgamento do recurso de Robinho após pedido de vista do ministro.

1 COMENTÁRIOS

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  • ailon augusto silverio
    15/06/2023
    o julgamento ja não foi encerrado??..o veredito final ja não foi anunciado??onde todas as provas foram friamente analisadas e todas as possibilidades da inocencia ja não foram exploradas??..então qual a motivação de ainda estar sendo divulgado e fazendo noticia do caso???