Bairros periféricos têm atraído mais moradores


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A pandemia aqueceu o mercado imobiliário na Região de Jundiaí, trazendo novos moradores vindos de grandes regiões como a Capital, Campinas e ABC Paulista. Segundo as entidades do setor, essa afluência de pessoas deve continuar pelos próximos anos. A Proempi e o Creci SP avaliam, ainda, que as cidades do Aglomerado Urbano e os bairros mais periféricos de Jundiaí são os com maior potencial de crescimento atualmente.

Para o vice-presidente de Marketing e Inteligência de Mercado da Proempi (Associação das Empresas e Profissionais do Setor Imobiliário de Jundiaí e Região), Eli Gonçalves, as áreas periféricas chamam a atenção especialmente pelo preço mais barato. "A mesma coisa nas cidades da Região. Loteamentos em Itupeva, por exemplo, são muito mais baratos do que em Jundiaí e está praticamente conurbado com a região oeste", avalia.

O mesmo vem ocorrendo na região leste da cidade, na divisa com Várzea Paulista. "Jundiaí tem atraído novos moradores de todas as camadas sociais, já as cidades da Região têm perfis diferentes. Em Várzea Paulista, por exemplo, tem um grande número de empreendimentos como apartamentos populares. Já em Itupeva há uma grande procura por loteamentos e condomínios."

Segundo a Prefeitura de Itupeva, todos os lotes disponíveis foram vendidos entre maio e setembro de 2020, tamanha a procura. Já o gestor de Obras de Várzea Paulista, Josué Santana, avalia que os preços da cidade são atrativos, além da facilidade de financiamento.

MAIS CLASSE MÉDIA

Apesar da Região apresentar opções para todas as classes sociais, a pesquisa mais recente do Creci-SP (Conselho Regional de Fiscalização do Profissional Corretor de Imóveis), realizada em maio deste ano, aponta que 47,62% dos imóveis comprados no período foram na faixa de R$ 300 mil.

De acordo com José Augusto Viana Netto, presidente da entidade, isso constata que a classe média baixa também está procurando lugares mais tranquilos para viver. "As pessoas estão migrando dos centros urbanos para o interior e quem já vive no interior está migrando para as periferias em busca de casas."

Foi o caso da vendedora Luciana Sanches Cavalcante, 40 anos, e seu marido Felipe, 34, que saíram de Santo André para Jundiaí tanto pela qualidade de vida quanto pelas oportunidades de emprego. "Encontramos opções mais acessíveis na região oeste de Jundiaí, no Medeiros, onde estamos morando atualmente. Gostamos muito", conta. "Aqui não tem enchente, pouco congestionamento e os serviços básicos são bem mais acessíveis."

O relatório também aponta que quase 20% dos imóveis adquiridos no período custavam mais de R$ 800 mil, revelando um segundo perfil de consumidores ativos, o da classe média alta. A pesquisa informa, ainda, que 57% optaram por casas e 40% pagaram a vista.

INFRAESTRUTURA

Tanto o Creci, quanto a Proempi, avaliam que a vinda de mais moradores demandará a médio e longo prazo investimentos em infraestrutura nas cidades do Aglomerado Urbano de Jundiaí. "Corredores de ônibus e ciclovias são melhorias bem-vindas", aconselha Eli Gonçalves. Já Viana considera que o investimento em expansão para as periferias seja o mais urgente.

A Prefeitura de Jundiaí informou que a mudança de paulistanos para o interior já é um movimento que vem ocorrendo. "Vale salientar que o aumento da população requer a correspondente adequação da infraestrutura", informaram.

Itupeva admitiu que "nenhum município estava preparado estatisticamente para a pandemia" e que por isso precisou se planejar para atender a demanda. Várzea Paulista, por sua vez, salientou os investimentos em transporte, água e esgoto.

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