OPINIÃO

Reuniões na Câmara de Jundiaí para o Centro 


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Com os vereadores Henrique Parra, Faouaz Taha, Cristiano Lopes - que presidiu o terceiro encontro, dos dez previstos, da Comissão Especial de Fiscalização e Acompanhamento das Políticas de Desenvolvimento Econômico e Revitalização da Região Central- e com destaque para a presidente da Associação Comercial Empresarial de Jundiaí Leandra Maia Diniz, foram levantadas questões, muitas delas há muito tempo sendo repetidas, sobre o que chamam de revitalização do centro.

Com resultados positivos e com muitas demandas dos presentes, que incluíam banheiros e outros equipamentos, segurança e a repetição insistente do tratamento dos moradores de rua do centro, estão presentes todas as horas e falas dos presentes.

Assuntos que para mim são muito familiares e que venho expondo nessa coluna por alguns anos. Mas acho importante não passar tudo para o poder público resolver. Podemos adotar soluções simples e sem custo que, através de leis, podem mudar o centro. Um exemplo é a implantação da Lei Cidade Limpa que democratiza a publicidade porque dá mais visibilidade e oportunidade ao pequeno comerciante concorrer com as gigantes fachadas atuais. Para isso é imprescindível o apoio da Presidente Leandra Diniz da Associação Comercial, que fez grande modernização na gestão e na própria estrutura da associação.

A lei da Cidade Limpa, que já teve bons resultados por aqui, agora está difícil de recuperar. Precisa ter a adesão de todos e sobretudo a coragem dos vereadores, da associação, do sindicato do comércio e principalmente do Prefeito Gustavo Martinelli que estará fazendo o que prometeu em campanha. Regina Monteiro, autora e defensora da lei em São Paulo, esteve em Jundiaí no último dia 3 quando fez uma excelente palestra sobre os resultados da Cidade Limpa.

Qualquer projeto que se pretenda para o Centro precisa ser aberto ao público e não ser apresentado depois de pronto. E pior, não podemos mais considerar as praças como terreno vazio para nelas construirmos o que acham que está faltando. Um exemplo de como não fazer tem muitos. Mas não cabe fazer essa lista nesse momento.

No artigo “Praças Velhas X Praças Novas” publicado no dia 19 de novembro de 2022 nesta seção, sobre os problemas dos novos projetos para as praças do centro, escrevi: “A palavra restauração/conservação não existe no vocabulário dos tratamentos em praças do povo. Aí mora um perigo democrático, ninguém pode alterar a praça na surdina. Isso não pode acontecer.”

Basta ver a outra Praça da Bandeira, na qual está consolidada a vegetação, mas não molham seus jardins. Lá, os pisos são bonitos de pedra portuguesa, precisaria de manutenção, mas quem garante que não será mudado por algo mais moderno? O Conselho de Patrimônio Histórico deveria cuidar também para que o piso permaneça.

O arquiteto Walter Caldana considera a Lei Cidade Limpa “a maior conquista urbanística da cidade de São Paulo no século XX. Nada nesse século ainda foi tão grandioso para São Paulo ser uma das capitais do planeta.” Sua autora luta para não perder essa conquista. Agora é o momento certo para que a Câmara, comerciantes e o prefeito aderissem corajosamente a essa lei para a implantação aqui dessa mesma revolução na paisagem.

Eduardo Carlos Pereira é arquiteto e urbanista (edupereiradesign@gmail.com)

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