O envelhecimento populacional é um fenômeno global que traz consigo desafios significativos, especialmente no que tange à proteção e respeito aos direitos dos idosos.
Infelizmente, muitos deles enfrentam diversas formas de maus-tratos, que vão desde abusos físicos até discriminação etária. Falarei de um leque de agressões ao público 60+, alguns visíveis, outros que deixam cicatrizes emocionais e causam até o isolamento, manifestar e lutar para que os direitos dos 60+ sejam validados e respeitados é uma obrigação nossa, como sociedade por dias melhores.
A violência física contra o idoso é uma das formas mais visíveis e, muitas vezes, mais fáceis de identificar. Ela inclui:
• Agressões diretas: como tapas, socos, empurrões e outros tipos de contato físico que causam dor ou lesões.
• Uso excessivo de força: em atividades cotidianas, como transferências de posição ou mobilidade.
• Negligência em cuidados médicos: como a omissão de administração de medicamentos ou tratamentos necessários.
O abuso psicológico ou emocional é frequentemente mais difícil de identificar, pois não deixa marcas físicas evidentes. Ele inclui:
• Agressões verbais: insultos, xingamentos e humilhações.
• Isolamento social: impedir o idoso de manter contato com amigos e familiares.
• Ameaças e intimidações: gerar medo constante no idoso.
• Manipulação emocional: fazer o idoso se sentir culpado ou inferior.
O abuso financeiro é uma forma crescente de violência contra os idosos, especialmente em contextos familiares. Ele envolve:
• Exploração indevida de recursos: como o uso não autorizado de cartões bancários ou contas.
• Fraudes e manipulações: persuadir o idoso a assinar documentos ou realizar transações financeiras contra sua vontade.
• Retenção de benefícios: impedir que o idoso tenha acesso a suas aposentadorias ou pensões.
O idadismo é a discriminação baseada na idade, especialmente contra pessoas idosas.
Ele pode se manifestar de diversas formas: piadas ofensivas, exclusão do mercado de trabalho, tratamento infantilizado ou até mesmo negação de cuidados médicos adequados. Assim como o racismo e o machismo, o idadismo reforça estereótipos injustos e prejudica a dignidade e os direitos dos idosos. Combater o idadismo é lutar por uma sociedade mais justa para todas as idades.
• Estereótipos negativos: associar a velhice à incapacidade ou inutilidade.
• Exclusão social: marginalizar os idosos em atividades sociais, culturais e profissionais.
• Negligência institucional: instituições que não oferecem serviços adequados ou respeitosos para os idosos.
O idadismo contribui para o isolamento e a diminuição da autoestima dos idosos.
A negligência ocorre quando há falha em atender às necessidades básicas do idoso, como alimentação, higiene e cuidados médicos. O abandono é uma forma extrema de negligência, caracterizado pela deserção do idoso por parte de seus cuidadores ou familiares. Ambos os casos podem resultar em sérios danos à saúde física e mental do idoso. Infelizmente, alguns idosos também enfrentam abusos em instituições de longa permanência, como asilos e casas de repouso. Esses abusos podem incluir:
• Falta de cuidados adequados: como alimentação insuficiente ou medicamentos em falta.
• Agressões físicas ou verbais: por parte de funcionários ou outros residentes.
• Isolamento forçado: restringir a liberdade do idoso sem justificativa.
É fundamental que essas instituições sejam fiscalizadas e que os direitos dos idosos sejam respeitados. Os efeitos dos maus-tratos aos idosos são profundos e abrangem diversas áreas:
• Saúde física: lesões, doenças não tratadas e agravamento de condições preexistentes.
• Saúde mental: desenvolvimento de transtornos como depressão, ansiedade e transtornos de estresse pós-traumático.
• Socialização: isolamento e perda de vínculos sociais.
• Autonomia: diminuição da capacidade de tomar decisões e cuidar de si mesmo.
Prevenção e Denúncia
A prevenção dos maus-tratos aos idosos envolve, além de estarmos em alerta e vigilantes, disque 100 caso presencie algum dos exemplos, mas podemos construir uma sociedade melhor tendo os itens abaixo:
• Educação e conscientização
• Capacitação de profissionais
• Criação de redes de apoio
• Fiscalização rigorosa.
No Brasil, a Lei nº 10.741/2003, conhecida como Estatuto do Idoso, estabelece direitos e garantias para a pessoa idosa, incluindo a proteção contra abusos e maus-tratos. Além disso, a notificação de casos de violência contra idosos é obrigatória por parte de profissionais de saúde, assistência social e educação.
Os maus-tratos aos idosos são uma violação grave dos direitos humanos e da dignidade da pessoa humana. É responsabilidade de toda a sociedade combater essas práticas, promovendo um envelhecimento saudável, respeitoso e digno para todos. A conscientização, a educação e a ação conjunta são fundamentais para erradicar a violência contra os idosos e garantir que eles vivam suas vidas com segurança e respeito.
Edvaldo de Toledo é empresário, enfermeiro, especialista em Gerontologia e Geriatria, Apresentador do IssoPodAjudar, Criador da Cuidare e Diretor de Saúde do Município de Pedra Bela.