OPINIÃO

2025: um ano de desafios


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O ano de 2025, em diversos cenários, deixa claro que, na questão do desequilíbrio climático, estamos nos aproximando perigosamente do ponto de não retorno. Como se não bastasse, ainda lidamos com conflitos prolongados, e o mundo enfrenta uma série de desafios interligados que exigem respostas rápidas e eficazes.

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que completará três anos em fevereiro, continua a ser uma das principais crises internacionais. A busca por uma solução para esse conflito parece distante, com a escalada das tensões e a falta de uma diplomacia eficaz.

No Oriente Médio, o conflito entre Israel e Gaza segue gerando consequências devastadoras, com milhares de vidas perdidas e um impacto profundo na segurança regional. De positivo, a deposição do ditador sírio Bashar al-Assad, mas que, ao mesmo tempo, cria um terreno fértil para novos confrontos civis e tensões, aumentando a insegurança no país e na região.

A eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos, se configura como um dos maiores desafios políticos para 2025. Sua postura isolacionista e as restrições à imigração acendem sinais de alerta sobre os impactos econômicos globais e seus reflexos sobre as relações internacionais. As políticas que priorizam o fechamento das fronteiras e a diminuição das trocas comerciais podem resultar em uma recessão mundial mais acentuada.

No Brasil, a economia já sente os efeitos de um governo que vem ampliando os gastos públicos, enquanto a taxa de juros (Selic) permanece em níveis elevados para tentar controlar a inflação. Na última reunião do Copom, a taxa subiu 1%, chegando a 12,25%. Com as previsões mais pessimistas alertando que a taxa de juros pode ultrapassar 14,25% ao ano, o impacto sobre os investimentos e o crescimento econômico é inevitável. Embora a economia brasileira tenha experimentado um crescimento no consumo, o aumento da Selic dificulta o acesso ao crédito e enfraquece a competitividade interna.

Diante de cenários locais e globais desafiadores, a notícia da regulação do mercado de carbono, aprovada recentemente pelo Congresso Nacional, pode ser um alicerce para o futuro, representando um passo importante na transição para uma economia mais sustentável e em consonância com as novas exigências ambientais globais.

O texto, conforme informação da Câmara dos Deputados, tem por objetivo “criar incentivos para frear emissões de gases do efeito estufa e reduzir impactos das empresas sobre o clima”.

Como foi o petróleo para os países árabes, nossas florestas — que absorvem e sequestram em suas raízes toneladas de gases do efeito estufa — podem abrir o caminho para o nosso país se tornar finalmente uma nação desenvolvida.

Vemos que 2025 será um ano de enormes desafios. A instabilidade econômica no Brasil, os conflitos internacionais e a adaptação às mudanças climáticas em todo o planeta exigem ações coordenadas e decisivas. O futuro, em muitos aspectos, depende de como responderemos a essas complexas questões no ano que se inicia.

Miguel Haddad é ex-prefeito de Jundiaí e ex-deputado federal 

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