OPINIÃO

Fim de ano e as decisões que moldarão o futuro


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O final de 2024 traz reflexões importantes sobre os rumos do Brasil e do mundo. Três eventos recentes apontam tendências que impactarão o cenário global e nacional, com desdobramentos que exigem atenção e ação.

1. Avanço na cúpula do G20
Realizada no Rio de Janeiro, a cúpula do G20 trouxe conquistas relevantes em áreas prioritárias.
Combate à fome e à pobreza: a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza reforça a liderança brasileira em iniciativas para erradicar a pobreza extrema e promover segurança alimentar.

Mudanças climáticas e transição energética: um esforço global para financiar energias renováveis e tecnologias sustentáveis busca acelerar a transição energética, especialmente em países em desenvolvimento, o que pode impactar positivamente e colaborar com a luta contra o aquecimento global.

Reforma da governança global: o compromisso em modernizar instituições como o FMI e o Banco Mundial promete maior representatividade para as nações emergentes.

A inclusão social, com ênfase em gênero, juventude e diversidade, também ganhou destaque. A estreia da União Africana como membro pleno do G20 simboliza o avanço da integração mais diversificada e com representatividade de países do hemisfério Sul. Tudo isso reflete o protagonismo do Brasil em debates globais sobre sustentabilidade e inclusão, consolidado na Declaração dos Líderes.

2. Brasil é protagonista na COP29
Na cúpula do clima realizada em Baku, no Azerbaijão, o presidente da COP29, Mukhtar Babayev, destacou o papel central do Brasil no destravamento das negociações globais sobre financiamento climático. Reconhecendo a relevância do país no debate internacional e como próximo anfitrião da COP, Babayev apelou ao Brasil e ao Reino Unido para avançarem em temas críticos, como a criação de um mecanismo de mercado de emissões de carbono, o que contribui para frear a mudança climática.

Com os esforços concentrados na definição de estruturas de financiamento, doadores e regulamentações de mercado, a expectativa é que o Brasil, como um dos grandes países em desenvolvimento, contribua para acordos ambiciosos e justos, acelerando a implementação do Acordo de Paris.

3. O que esperar do Governo Trump?
Nos Estados Unidos, o retorno de Donald Trump à presidência reacende o negacionismo climático. Suas políticas já sinalizam o aumento da emissão de gases do efeito estufa e o retrocesso em energias renováveis, agravando os desafios do aquecimento global.

Se isso se confirmar, o impacto será severo: comunidades vulneráveis enfrentarão fenômenos climáticos extremos, enquanto o esforço global por adaptação e mitigação encontrarão mais obstáculos. Esse retrocesso ameaça não apenas o futuro ambiental, mas também as relações entre governos e a comunidade científica.

Para onde vamos?

Os eventos recentes nos lembram da importância de decisões que tomamos hoje para moldar o futuro. Se o G20 e a COP29 oferecem esperanças com ações concretas pela sustentabilidade, os riscos à governança climática provenientes dos Estados Unidos alertam para a necessidade de vigilância constante. O jogo ainda não está decidido, e cabe a nós definir o placar final, trabalhando por um mundo mais justo, sustentável e democrático para as próximas gerações.

Miguel Haddad é ex-prefeito de Jundiaí e ex-deputado federal

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