Candidatos de partidos de Centro e Direita são a maioria nas eleições para os municípios da Região Metropolitana de Jundiaí (RMJ). Somados os dois espectros ideológicos, Direita e Centro têm 89,79% das candidaturas nas sete cidades da RMJ. Os partidos alinhados mais à esquerda apresentaram pouco mais de 10% das candidaturas.

A situação reflete o panorama visto no Congresso Nacional, em que o PL concentra a maior bancada. A diferença é que, em termos nacionais, a segunda maior bancada é composta por legendas de esquerda, com a federação PT, PC do B e PV. Para efeitos de comparação, na RMJ o Partido Verde vem, nestas eleições, com apenas três candidatos a vereador - todos em Campo Limpo Paulista.

Já as legendas com o maior número de candidaturas são PL (100 candidatos, ou 8,5% do total), Republicanos (99), PSD (92), União (89), PP (86) e Podemos (85).

No outro extremo ideológico, o PSB é a sigla com o maior número de candidaturas (71, somados os sete municípios). PT (33 candidatos em toda a RMJ), PSOL (5), Rede (5) e PV (3) aparecem depois.

Embora grande parte do eleitorado não tenha o hábito de definir o seu candidato por questão ideológica ou pelo partido ao qual está filiado, esse deveria ser um cuidado a ser tomado para também ajudar a balizar o voto e a escolher em quem votar. 

Afinal, assuntos como aborto, liberdade de expressão, direitos LBBTQIA+, combate às desigualdades e às endemias estão na pauta das Câmaras Municipais.

A Especialista em Direito Eleitoral e Analista Judiciária do TSE Renata Lívia Arruda de Bessa Dias comenta, em artigo publicado na página do TSE, que o Brasil tem um número extenso de legendas partidárias. "Muitas delas são constituídas por ideologias fracas e existem tão somente como meio de facilitar o alcance dos interesses pessoais dos candidatos que a elas se filiam". 

Ela prossegue, afirmando que os partidos são canais de comunicação entre a sociedade e o governo e, portanto, sua existência é fundamental para a consolidação da democracia.