FRAUDE

MP denuncia ex-secretário de Administração de Itatiba

Por Marcela Franco | Jornal de Jundiaí
| Tempo de leitura: 3 min
REPRODUÇÃO
Eduardo Antônio Sesti Júnior, ex-secretário de Itatiba (SP), e o empresário Vagner Borges, são investigados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime O
Eduardo Antônio Sesti Júnior, ex-secretário de Itatiba (SP), e o empresário Vagner Borges, são investigados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime O

A Operação Munditia, desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) em colaboração com a Polícia Militar, mergulhou em um intricado esquema de corrupção e fraudes em licitações públicas, cujas ramificações apontam para uma organização criminosa associada ao Primeiro Comando da Capital (PCC). No epicentro desse escândalo, está o ex-secretário de Administração da Prefeitura de Itatiba (SP), Eduardo Antônio Sesti Júnior, cujo papel desempenhado é de suma importância.

Segundo as investigações, empresas envolvidas simulavam competição com outras entidades, muitas vezes pertencentes ao mesmo grupo econômico, para garantir contratos públicos em serviços de facilities, especialmente mão de obra para limpeza e segurança. Nos últimos cinco anos, esses contratos alcançaram a marca de R$ 200 milhões.

O coronel Massera explicou que a operação teve início com a monitorização de áudios de membros do PCC, revelando um conluio liderado por indivíduos ligados à organização criminosa. Essa investigação desvelou a participação de funcionários públicos e vereadores que direcionavam licitações por meio do controle de empresas

A Promotora Flavia destacou que a Munditia identificou 15 alvos de mandados de prisão cautelar, com 13 deles já cumpridos, incluindo três vereadores de cidades do Alto Tietê e litoral. Além disso, foram realizados 42 mandados de busca, resultando na apreensão de armas de fogo, celulares, notebooks, cheques, dinheiro em espécie e dólares.

O promotor Silveira ressaltou a sofisticação do grupo criminoso, exigindo uma maior coordenação entre as autoridades para combatê-lo. A Operação Munditia conta com a atuação de 27 promotores de Justiça, além de servidores do MPSP e policiais militares, e segue em segredo de Justiça

A INVESTIGAÇÃO

As investigações conduzidas pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) revelam que Sesti Júnior não era apenas um servidor público, mas supostamente um elemento central na folha de pagamento de uma organização criminosa dedicada a fraudar licitações em diversas cidades do estado. O modus operandi desse grupo não se limitava apenas à manipulação dos processos licitatórios, mas se estendia à corrupção ativa de agentes públicos, servidores e secretários de administração para garantir o sucesso das operações fraudulentas.

A análise minuciosa das comunicações entre Sesti Júnior e a empresa Vagner Borges Dias, no arquivo do processo de investigação, revela a extensão do seu envolvimento nesse esquema, destacando seu papel na manipulação dos editais e na direção das licitações em favor das empresas supostamente associadas ao PCC. A colaboração estreita entre essas empresas e os agentes públicos é evidenciada pela interferência direta nos processos licitatórios, minando a concorrência e garantindo contratos direcionados.

Os valores envolvidos nesse esquema, que ultrapassam os R$ 200 milhões nos últimos anos, segundo os promotores, são apenas a ponta do iceberg. A análise detalhada das transações financeiras entre os envolvidos revela a complexidade das operações fraudulentas e a vasta extensão da rede criminosa.

NA REGIÃO

A investigação revelou que o ex-secretário de Administração da Prefeitura de Itatiba, Eduardo Antônio Sesti Júnior, elaborava processos sob medida para auxiliar o grupo criminoso ligado ao PCC a ganhar licitações na cidade. Sesti Júnior é acusado de agir como mediador entre as empresas e a prefeitura, recebendo propina mensal do grupo criminoso.

A Prefeitura de Itatiba afirmou colaborar com a Justiça, mas negou qualquer relação contratual com os alvos da operação. A quadrilha, ligada ao PCC, operava através de várias empresas, forjando concorrência para vencer licitações em prefeituras e câmaras municipais, principalmente na área de serviços de limpeza e vigilância.

OPERAÇÃO

A Operação Munditia representa um avanço no combate ao crime organizado, demonstrando a eficácia da cooperação entre o Ministério Público e as forças de segurança no desmantelamento de esquemas fraudulentos e na proteção da integridade das instituições públicas.

ACOMPANHAMENTO

Na manhã desta segunda-feira (06), o perfil de Eduardo Júnior ainda estava ativo no Instagram, porém, no início da tarde, foi desativado. A equipe do Jornal de Jundiaí tentou contatar familiares, os quais informaram que não poderiam facilitar o contato com o rapaz. Essa ação suscita ainda mais questões sobre o envolvimento de Eduardo Júnior no esquema de fraudes e a possível extensão de sua participação no crime organizado.

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