POLÍTICA

Tarcísio acompanha Bolsonaro em ato e é criticado por ausência na Agrishow

Nos bastidores, a ausência de Tarcísio foi criticada por dirigentes de entidades no auditório em que ocorre a cerimônia de abertura da feira, realizada também em Ribeirão Preto.

Por Ana Gabriela Oliveira Lima | 28/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min
da Folhapress

Reprodução/Tarcísio Gomes de Freitas/Facebook

Ao ir para ato com Bolsonaro, Tarcísio expõe saia justa que perdura entre o agronegócio e o governo Lula.
Ao ir para ato com Bolsonaro, Tarcísio expõe saia justa que perdura entre o agronegócio e o governo Lula.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participou neste domingo (28) de ato com Jair Bolsonaro (PL) e líderes rurais em Ribeirão Preto, interior do estado. O evento que homenageia o ex-presidente acontece no mesmo dia de abertura simbólica da Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação) restrita a autoridades, expositores e imprensa.

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Tarcísio chegou no mesmo horário que o ex-presidente no local do ato, na esquina das avenidas Presidente Vargas e Prof. João Fiuza. Segundo sua assessoria, a participação do governador na principal feira do agronegócio do país está marcada para esta segunda (29), mesmo dia em que está prevista a presença de Bolsonaro.

Nos bastidores, a ausência de Tarcísio foi criticada por dirigentes de entidades presentes no auditório em que ocorre a cerimônia de abertura da feira, realizada também em Ribeirão Preto. O vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro Carlos Fávaro (Agricultura) estiveram no local.

Ao ir para ato com Bolsonaro, Tarcísio expõe saia justa que perdura entre o agronegócio e o governo Lula. O setor é próximo a Bolsonaro e tem resistência ao atual governo. No ano passado, a abertura da Agrishow foi palco de constrangimento quando a participação de Bolsonaro gerou mal-estar com o governo.

Neste ano, a organização tentou evitar a saia justa com a participação Fávaro na cerimônia simbólica deste domingo, e de Bolsonaro no dia seguinte.

Segundo convite enviado por organizadores do ato deste domingo a dirigentes sindicais rurais, o movimento faz "contraponto aos excessos e as agressões que o agronegócio vem sofrendo com invasões de terras e prédios públicos e ações contrárias ao estado democrático de direito" em momento da política nacional chamado por eles de "conturbado".

O presidente foi recebido por gritos de "mito" pelos apoiadores e subiu em um carro de som com Tarcísio ao lado. Sob o grito de "nosso presidente", a manifestação tem o mesmo tom de outras envolvendo o político, com críticas ao atual governo e com a participação na plateia de um sósia de Lula que apoia Bolsonaro.

"Presidente que deixou de ser um CPF e passou a ser um movimento. O legado dele está escrito na história", disse Tarcísio sobre Bolsonaro no evento. O governador falou também sobre "desmandos" e "erros" do atual governo.

Bolsonaro afirmou que estava ali para falar de futuro. "O futuro é nosso, é da maioria deste povo que trabalha, cuja maioria é temente a Deus e cuja maioria tem que dar o norte para a classe política brasileira. O que aconteceu em 22, vamos virar a página", disse.

O ex-presidente tem feito uma série de aparições públicas para tentar demonstrar sua força política mesmo em meio a série de investigações que envolvem, inclusive, o possível planejamento de um golpe de Estado. Recentemente, esteve em manifestações de apoio em Copacabana, no Rio de Janeiro, e na avenida Paulista, em São Paulo.

O ato contou ainda com presença de outros políticos, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) e o senador Marcos Pontes (PL-SP).

No sábado (28), ao participar da abertura da Expozebu, principal evento da pecuária brasileira, em Uberaba (MG), Caiado disse que jamais negou que colocou seu nome como pré-candidato pelo seu partido, mas que, caso Bolsonaro esteja em condições legais de disputar a eleição, terá seu apoio.

"O presidente da República atual, ele é candidato à reeleição. Então, ele está em campanha todo dia desde que assumiu. A oposição precisa lançar os seus pré-candidatos. Lógico o que a gente vai trabalhar no Brasil todo e vai ver quem que se viabiliza", disse.

Esse trabalho que precede a disputa propriamente dita é importante, segundo o governador, pelo fato de o período eleitoral ser curto. E afirmou que, "de maneira alguma", manteria seu nome na disputa caso Bolsonaro possa estar na eleição.

Colaborou Marcelo Toledo

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