CRIME ORGANIZADO

Chefe da Polícia Civil contraria Tarcísio e diz desconhecer guerra de facções no Vale

À reportagem de OVALE, governador atribuiu altos índices criminais da região à briga entre facções do Rio e o PCC. Porém, delegado disse desconhecer a existência dessa disputa

Por Da redação | 27/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min
São José dos Campos

Reprodução/Vale 360 News

Múcio Mattos Monteiro de Alvarenga
Múcio Mattos Monteiro de Alvarenga

A cúpula da Polícia Civil do Vale do Paraíba, área mais violenta de São Paulo, disse desconhecer a existência de uma guerra entre facções do Rio de Janeiro e o PCC (Primeiro Comando da Capital) na região.

A posição contraria o discurso do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que, em uma entrevista a OVALE, atribuiu os altos índices criminais da RMVale ao conflito entre a organização criminosa paulista e bandidos cariocas do CV (Comando Vermelho), Terceiro Comando e ADA (Amigos dos Amigos) na região.

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O diretor do Deinter-1 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), responsável pela Polícia Civil da RMVale, delegado Múcio Mattos Monteiro de Alvarenga, disse desconhecer essa guerra. Em entrevista ao Vale 360 News Cast, o delegado disse que apura de onde o governador recebeu essa informação.

“Está sendo checado isso, a fonte dessa informação do governador deve ter vindo de outra que não é a nossa aqui. Eu de imediato, já mantenho um contato próximo com a SAP, e da Polícia Militar, da área de inteligência. Que nós tivemos não. Isso vai refletir diferentemente nos presídios. Essas facções, na verdade, a força delas, é dentro dos presídios. Isso não está acontecendo”, disse o chefe da Polícia Civil da região.
 
GOVERNADOR.
De acordo com Tarcísio, a RMVale é o campo de batalha entre os 'irmãos' do PCC, facção que foi criada em Taubaté em 1993 e se espalhou por todo o país, e os criminosos cariocas. Em disputa estão o controle de pontos de venda de droga, no 'varejo', e também o domínio de uma área estratégia, por onde o crime organizado escoa 90% das drogas e armas que abastecem facções no Rio de Janeiro.

"E isso é um reflexo da proximidade com o Rio de Janeiro. Isso é o crime organizado tentando, com as facções criminosas do Rio de Janeiro, ingressar no território de São Paulo e a contenção da facção hegemônica de São Paulo. É o Comando Vermelho, Terceiro Comando e Amigo dos Amigos contra o PCC. Eles tentam entrar no território paulista e são contidos, mas aí tem disputa pelos pontos de drogas. É por isso que os índices de homicídios no Vale do Paraíba são muito maiores do que no restante do estado todo. Há uma hegemonia de uma facção no estado todo [PCC] e há uma disputa no Vale do Paraíba. Por isso que eu falo, o tráfico de drogas é uma coisa muito séria, muito grave, e precisa ser combatido", afirmou o governador.

 



Para Múcio, existe sim brigas nos presídios. “O que tem dentro dos presídios é briga entre eles mesmo, mas não de faccionados. A gente acompanha muito próximo isso daí. Mas o governador, se falou, deve ter a fonte dele. Que vai chegar para nós alguma coisa. E se for, vamos pra cima, e vamos apurar”, disse Múcio na entrevista ao podcast.

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