PROFISSÃO

Enfermeiros geriatras são essenciais para uma população cada vez mais idosa

Em 2020, o número de pessoas com 65 anos ou mais já representava 10,7% da população total

Por Rafaela Silva Ferreira | 19/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min

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O papel do enfermeiro geriatra se destaca como crucial para garantir o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos.
O papel do enfermeiro geriatra se destaca como crucial para garantir o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos.

A população brasileira está envelhecendo. Segundo dados do IBGE, em 2020, o número de pessoas com 65 anos ou mais já representava 10,7% da população total. Neste cenário, onde muitos idosos preferiram não ter filhos no passado, a geriatria se torna uma área da medicina cada vez mais importante. E dentro dessa especialidade, o papel do enfermeiro geriatra se destaca como crucial para garantir o bem-estar e a qualidade de vida destas pessoas.

O enfermeiro geriatra e apresentador do podcast “IssoPodAjudar”, Edvaldo de Toledo, em entrevista à “Difusora 360”, conta que sua formação dentro da área da geriatria aconteceu um pouco depois dele já estar inserido em hospitais. “Eu era enfermeiro de setor e via idosos dando entrada no hospital de forma muito acentuada à um envelhecimento indigno por falta de cuidados básicos. E lá nas unidades, eles recebiam um cuidado mais intenso, porém de forma mecânica.”

Edvaldo fez pós-graduação em geriatria na Unifesp em São Paulo e abriu sua própria empresa. Ele explica que os cuidados desses profissionais com idosos começam a partir da arquitetura dentro de casa. “Além disso, há a questão multifatorial. Estamos lidando com outras gerações, outro poder econômico e menos filhos. Por isso está ocorrendo um autocuidado longevo por parte dos idosos.”

Esta profissão necessita de um profissional que tenha um perfil multifacetado, com habilidades técnicas, conhecimentos específicos sobre o processo de envelhecimento e, acima de tudo, empatia e compaixão para lidar com as necessidades físicas, emocionais e sociais dos idosos. “Infelizmente, o tempo não passa igual para todos. Depende de fatores genéticos, costumes que tinha ao longo da vida, o que comeu e o que deixou de comer. Mas, na maioria das vezes, conseguimos fazer um controle de diabetes, hipertensão, tudo com alimentação adequada para que essas pessoas possam chegar aos tão sonhados 60+”, pontua.

Um dos aspectos mais importantes do trabalho do enfermeiro geriatra é a promoção do cuidado humanizado. Isso significa tratar o paciente com respeito e dignidade, levando em consideração suas individualidades, suas histórias de vida e suas preferências. Edvaldo explica que há algumas questões que são inevitáveis para a terceira idade, como o declínio cognitivo, mas que podem ser tratadas de maneira leve. “Ter aquela agilidade em fazer multifunções é algo que vai acabando aos poucos, mas exercitar o cérebro de maneira tranquila é saudável e muito eficiente.”

Questionado sobre as dificuldades da profissão, Edvaldo cita que em pacientes lúcidos, a adesão aos cuidados é um pouco complicada. “Às vezes, eles não permitem que tenha alguém ali para realizar essas atividades. Na parte técnica, ainda tenho muita dificuldade no processo seletivo para achar pessoas que realmente estão interessadas na geriatria.” O enfermeiro também comenta sobre os problemas de saúde que mais lida na profissão. “A demência, principalmente. A incidência de Alzheimer é de quase 1,2 mi de casos no país, a partir dos 60 anos”, finaliza.

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