EVOLUÇÃO

Em um ano, telemedicina cresce 70,5% em Jundiaí

Entre 2022, quando houve a sanção da lei que regulamenta a telemedicina no país, e 2023, os atendimentos ajudaram a diminuir a fila de espera da Saúde do município

Por Nathália Sousa | 15/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min

Divulgação

A telemedicina foi implantada na rede pública de Jundiaí em 2021, por conta da pandemia de covid-19
A telemedicina foi implantada na rede pública de Jundiaí em 2021, por conta da pandemia de covid-19

Em Jundiaí, desde a implantação da telemedicina na rede pública de Saúde, em 2021, foram feitas 16.031 teleconsultas especializadas, sendo 828 em 2021; 5.630 em 2022; 7.984 em 2023 e 1.589 neste ano, até março. O aumento entre 2022, quando foi sancionada a lei que regulamente a telemedicina no Brasil, e 2023 foi de 70,5% no município. Os dados são da Unidade de Gestão de Promoção da Saúde (UGPS).

A UGPS também informa que o projeto foi iniciado com as especialidades de neurologia e cardiologia. Atualmente, porém, houve aumento do rol e são ofertadas: cardiologia, geriatria, nefrologia, neurologia, psiquiatria adulto, psiquiatria infantil e urologia.

A Saúde do município esclarece que, em Jundiaí, a teleinterconsulta foi implantada no segundo semestre de 2021, por conta das demandas surgidas com a pandemia de covid-19. Na cidade, o serviço integra a consulta do médico especialista, por meio de videochamada, com o médico clínico da Atenção Básica e o paciente. Todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Novas UBSs e Clínicas da Família foram estruturadas com equipamentos e habilitadas no uso da tecnologia.

A partir da teleinterconsulta, a UGPS conseguiu reduzir em cerca de 90% a fila de espera de pacientes para atendimento com especialistas na rede pública para algumas especialidades médicas, como a neurologia, aumentando a resolutividade dos casos. Outro benefício é que o atendimento se dá próximo à casa das pessoas, ou seja, na unidade de referência. Junto com a teleinterconsulta, Jundiaí também oferta o telediagnóstico com exames de eletrocardiograma (ECG) na rede de Atenção Básica, o que permite a emissão de laudos por especialistas de maneira remota em até 10 minutos. Entre 2021 e 2024, foram realizados mais de 62 mil ECGs. Destes, mais de 6,6 mil neste ano - até março.

TENDÊNCIA

No Brasil, desde a implantação da telemedicina, que aconteceu de forma mais incisiva durante a pandemia, em 2020, até a regulamentação do atendimento, foram feitas 11 milhões de consultas remotamente. Já em 2023, foram 30 milhões de atendimentos, aumento de 172%, segundo a Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde), em matéria publicada pela Folha de São Paulo. Para este ano, a expectativa é que mais 50 milhões de teleatendimentos aconteçam, de acordo com o Ministério da Saúde.

A regulamentação da telemedicina aconteceu no final de 2022 no país, quando o então presidente, Jair Bolsonaro (PL), sancionou a Lei nº 14.510. Até então, um projeto de lei anterior, de março de 2020, havia permitido a modalidade em caráter emergencial devido à pandemia e a impossibilidade de atendimentos presenciais em alguns casos. Essa regulamentação, que foi acelerada pela pandemia, já era desejo do setor da saúde há bastante tempo, mas não tinha ainda o apelo que ganhou durante a crise sanitária.

Após a lei, porém, a aplicação da telemedicina fica mais fácil em diversas situações e pode levar consultas com especialistas a lugares mais remotos, onde não há infraestrutura suficiente para a saúde. Por outro lado, exige, ao menos, um aparelho conectado à internet ou um espaço que ofereça isso, como um postinho de saúde, algo que também é mais difícil em regiões esmas.

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.