Mesmo com a pausa, Paula continuava praticando e disputando os populares “rachões” na cidade. Foi então que, há um ano, decidiu voltar à ativa nas competições e se tornou atleta de basquete master, onde foi campeã do Brasileiro pela seleção do Mato Grosso do Sul, em novembro, no Maranhão. “Ano passado fiz minha estreia na categoria 30+ do master, quando fui convidada a defender a equipe de Mato Grosso do Sul no Campeonato Brasileiro, que reúne seleções dos estados, já que a equipe de São Paulo não participou desta edição. Apesar de encarar uma rotina pesada, conciliando a vida de professora e atleta, voltar às competições foi uma forma de não deixar o basquete morrer, é um prazer imenso. O master 30+ é uma categoria de alto nível, todas as atletas são profissionais e, ou pararam de jogar recentemente ou ainda estão na ativa”, comemorou a jundiaiense.

PAN-AMERICANO

A convocação para disputar o Pan-Americano pela ‘Amarelinha’ aconteceu após o título do Campeonato Brasileiro e foi uma surpresa para a atleta de Jundiaí. “Foi minha primeira convocação. Foi muito emocionante. Todo mundo sempre espera representar seu país no esporte, esse é o auge do atleta. Confesso que foi uma surpresa para mim, porque já não estava mais nos meus planos e não era algo esperado. Quando recebi a notícia fiquei toda boba, me senti jogando na equipe juvenil de novo. Só vai cair a ficha quando eu estiver dentro de quadra, com uniforme da seleção e ouvindo o hino do meu país”, disse Paula.

Com as melhores expectativas possíveis, a seleção brasileira estreia neste domingo (14), contra o Chile, e é uma das favoritas ao título. “O Brasil é um forte candidato ao título. É uma equipe extremamente competitiva e, no último Mundial, terminou na vice-colocação. Temos condições reais de subir no pódio e esse é nosso objetivo. Estou muito confiante”, reforçou a ala-pivô.

OBSTÁCULOS

A convocação para a seleção foi a realização de um sonho para a jundiaiense, mas fora das quadras ela precisou superar muitos obstáculos para alcançá-lo. “Na categoria master, a grande maioria das atletas não vive mais só do basquete, muitas também têm outras profissões. Infelizmente, não temos suporte e todos os custos saem do nosso bolso, e essa é nossa maior dificuldade para representar o país em competições internacionais. A Federação do basquete master não consegue arcar com todas as categorias e precisamos recorrer à venda de rifas, vaquinhas na internet e pedidos de patrocínios. Fora isso, não temos incentivo nenhum para viagens, materiais esportivos e outros gastos durante as competições”, lamentou Paula.

Para ajudar a seleção brasileira de basquete, os interessados podem contribuir com qualquer valor pelo PIX da equipe: selecaobrasilbasquete@gmail.com, ou ajudar com patrocínios entrando em contato pelo instagram: @selecaobrasilbasquetemaster.