NOTURNO

Com funcionamentos relativos, Jundiaí 'dorme' cedo desde 1965

Há estabelecimentos que funcionam de madrugada com a devida autorização e estrutura, mas há os que adentram a madrugada sem isolamento acústico adequado

Por Nathália Sousa | 02/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min

Arquivo JJ

A vida noturna é restrita em Jundiaí e o padrão é o movimento no horário comercial
A vida noturna é restrita em Jundiaí e o padrão é o movimento no horário comercial

Embora há muito tempo Jundiaí não seja mais cidade dormitório, é um município que "dorme" cedo. De acordo com a legislação sobre silêncio em vigor na cidade desde 1965, para que estabelecimentos possam funcionar além das 22h, precisam de autorização e também reduzir a emissão de sons, a fim de não perturbar a vizinhança. Entre os estabelecimentos citados na Lei do Silêncio, estão parques, bares, cafés, restaurantes, cantinas, recreios, boates, cassinos, "dancings" e cabarés.

Atualmente, poucos estabelecimentos têm alvará para funcionamento de madrugada na cidade. Outros, acabam funcionando além da hora permitida sem alvará especial mesmo. Mas, de modo geral, a cidade funciona, no mais tardar, até 0h. De acordo com a Unidade de Gestão de Governo e Finanças (UGGF), por meio do Departamento de Receita Tributária, os horários de funcionamento do comércio estão preestabelecidos pela legislação municipal. O horário normal é das 8h30 às 18h em dias úteis e das 8h30 às 14h aos sábados. Alguns exemplos de atividades comerciais que funcionam em horário especial, com as suas devidas especificidades e regras, são: bares, restaurantes, lanchonetes, buffets, mercados, floricultura, comércio de livros, shoppings, entrepostos de acessórios de automóveis, padarias, barbeiros, comércio varejista, entre outros.

O Departamento de Receita Tributária ressalta que os interessados em praticar atividade em horário especial deverão formalizar o pedido pelo Balcão do Empreendedor, no site da prefeitura. A análise e a autorização de funcionamento são feitas de forma integrada pelas Unidades de Gestão envolvidas. Vale frisar que os horários solicitados são concedidos após pesquisa junto ao 156 para verificação quanto às reclamações da vizinhança existentes no entorno do estabelecimento solicitante, ou seja, a vizinhança participa da autorização ao funcionamento.

ALVARÁ

Proprietária de um espaço de shows e balada de Jundiaí, Geninha diz que pode abrir de madrugada por causa do isolamento acústico do local, algo exigido para conseguir o alvará. "A gente sempre trabalha até de madrugada porque temos o alvará para funcionar até 4h. Temos estrutura para não vazar o som. Muitos estabelecimentos fecham cedo porque não têm acústica."

De acordo com ela, há uma parte do público que procura este tipo de estabelecimento de madrugada na cidade. "Antes da pandemia, as pessoas só saíam de casa depois das 22h e chegavam no evento a partir de 0h. Depois da pandemia, por causa do horário de funcionamento mais cedo, mudou. Quando é um evento com show, que tem um público mais velho, vão embora mais cedo, porque se adaptaram ao horário da pandemia. Já quando tem balada com DJ e é um público mais jovem, ficam até a madrugada mesmo."

Geninha ressalta que o funcionamento da casa ocorre de madrugada por causa do isolamento acústico, mas há exemplos em Jundiaí de estabelecimentos que funcionam além da 0h e sequer são fechados, sendo relativa a aplicação deste critério. Também relacionado ao horário de funcionamento, entra a questão do Centro de Jundiaí, que tem comércio até as 18h e excepcionalmente até as 22h nos meses de dezembro. Este horário esbarra nos planos para a ocupação do Centro no período noturno.

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