TRATAMENTO

Cercada de mitos, hipnose é terapia para quem precisa ir além

Termos como 'regressão' e 'subconsciente' já são amplamente conhecidos, mas na prática a hipnose é mais clínica do que espetaculosa

Por Nathália Sousa | 27/03/2024 | Tempo de leitura: 2 min

Malu Borin

Felipe Gonzalez, em entrevista à rádio Difusora, desmistificou a hipnose como terapia
Felipe Gonzalez, em entrevista à rádio Difusora, desmistificou a hipnose como terapia

Bastante curiosa, a hipnose ganhou as telas do cinema, da TV e, agora, da internet também. A técnica, que acompanha a humanidade há décadas, evoluiu neste período, o pêndulo já não é utilizado para que o paciente entre em estado hipnótico e a terapia, assim como outras, é ferramenta para tratar problemas emocionais.

Em entrevista à rádio Difusora, o hipnoterapeuta e especialista em desenvolvimento humano, Felipe Gonzalez, explica que voltar a atenção a algo é hipnose. "Tem muito mito. O pêndulo é uma técnica antiga de hipnose, que já não se usa mais. Hipnose é um estado de foco, imaginação e concentração. O ouvinte da rádio está em hipnose, é uma hipnose leve, mas é. Lendo um jornal, está em hipnose, fazendo seu hobby preferido. É um estado comum da nossa mente. Redes sociais, cada vez mais hipnóticas. O pêndulo é uma técnica antiga em que você foca em um objeto. Mas tem muita magia em cima disso, é uma técnica chamada fixação de olhar, mas o problema são os filmes hollywoodianos", comenta ele sobre o ar misterioso que é dado à hipnose.

Ele alerta sobre as falsas promessas de cura que são "vendidas" por hipnoterapeutas, o que é considerado crime. "As mídias me ajudam distribuir informação e evitar desinformação. A desinformação é quando a gente vê falsas promessas na internet. E não tem uma legislação em cima disso. Você vê promessas de cura, que são muito malucas, que vão curar em uma sessão", alerta.

Felipe diz que a terapia é sempre feita com o paciente consciente. "Meu trabalho vem sendo, todo dia, de tirar essas barreiras, tem muito desserviço. Tem um tipo de hipnose que é de entretenimento, de palco, de circo. Tenho grandes amigos que fazem espetáculos, mas as pessoas começam a confundir muito. A hipnose é uma boa ferramenta, faz você se concentrar em algo. Eu explico que o que eu faço não é entretenimento, que é muito mais abrangente do que o palco", explica.

O hipnoterapeuta trabalha principalmente com empresários que querem sair de alguma estagnação na empresa, mas diz que a hipnose atua principalmente no emocional. "A hipnoterapia pode ajudar em várias questões, todas questões emocionais. Tem questões emocionais mais fáceis de falar e outras que não aparecem, mas também são emocionais, como depressão, ansiedade, pânico, insônia, compulsão. Tem as questões que não são emocionais, mas são, como a fibromialgia. Tudo que é emocional ou tem um componente emocional, dá para ajudar."

Felipe defende a eficácia da hipnose, por ser rápida e ter bases científicas. "Tem o córtex, cérebro pensante, racional, analítico, e tem o cérebro emocional, ou límbico. Quase tudo que a gente vive fica no cérebro emocional. Se eu perguntar do seu aniversário de quatro anos e como era o seu sapato, você não vai lembrar. Você lembra se foi um sapato especial, que sua mãe te deu. Se tem o componente emocional, então muitas coisas estão no subconsciente, e a gente não sabe o que."

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