MATERNIDADE

Introdução alimentar é marco de descobertas para os bebês

A introdução alimentar, fase crucial no desenvolvimento do bebê, marca a transição do leite materno para uma dieta diversificada

Por Rafaela Silva Ferreira | 24/03/2024 | Tempo de leitura: 3 min
Jornal de Jundiaíi

Arquivo Pessoal

Andréia começou a introdução alimentar com sua filha Aylla, de 7 meses
Andréia começou a introdução alimentar com sua filha Aylla, de 7 meses

A introdução alimentar, fase crucial no desenvolvimento do bebê, marca a transição do leite materno para uma dieta diversificada. Segundo a nutricionista infantil, Letícia Cardoso Dias, 27 anos, "esse processo, geralmente iniciado aos seis meses de idade, deve ser gradual e respeitar o ritmo individual de cada criança".

Além da introdução alimentar, o Baby-Led Weaning (BLW), método que permite ao bebê se alimentar sozinho com pedaços de alimentos macios e seguros, vem ganhando adeptos. "O BLW promove a autonomia da criança e a familiariza com diferentes texturas e sabores", explica a nutricionista. "Frutas, legumes e verduras amassados ou em pedaços pequenos são boas opções para iniciar a introdução alimentar. Carnes, feijão e outros grãos também devem ser incluídos na dieta, sempre com atenção à textura e à segurança alimentar", exemplifica.

Ainda segundo Cardoso, a introdução alimentar deve ser iniciada quando o bebê demonstrar sinais de prontidão física e neurológica, como controle da cabeça e pescoço, sentar-se sem apoio, demonstrar interesse pela comida, levar objetos à boca e dobrar o número de mamadas em 24 horas.

"Ofereça pequenas porções. Comece com 1 ou 2 colheres de sopa e aumente gradualmente a quantidade. Experimente dar diferentes sabores, cores e texturas, evite distrações, como televisão e celular durante as refeições e, claro, tenha paciência. O bebê pode precisar de tempo para se adaptar aos novos alimentos."

Mesmo com a introdução alimentar, o leite materno continua sendo a principal fonte de nutrição para o bebê até os 2 anos de idade ou mais. Letícia reforça a importância da amamentação. "Dar de mamá fortalece o sistema imunológico do bebê, protege contra doenças e promove o vínculo afetivo entre mãe e filho."

Nesta fase, a nutricionista explica que um dos principais obstáculos é a rejeição alimentar, quando o bebê se recusa a experimentar novos sabores ou texturas. "Essa recusa pode ser frustrante para os pais, que muitas vezes interpretam como falta de apetite ou desinteresse pela comida. Mas é importante lembrar que a rejeição é um comportamento normal e faz parte do processo de adaptação do bebê. A paciência, persistência e a oferta de alimentos variados de forma lúdica são essenciais para superar essa fase."

Se ainda houver dúvidas em como começar a introdução alimentar, Letícia cita o método "pê-efinho", que é a versão baby do tradicional "prato feito". "Em resumo, trata-se de oferecer à criança uma mini versão do prato dos adultos. Geralmente, a comida é oferecida em pratinhos chamativos e, muitas vezes, a mãe até come com o bebê", finaliza.

MAMÃES

Corretora de imóveis, Andréia Lima dos Santos, 38 anos, começou a introdução alimentar com sua filha Aylla Lima Benassi, de 7 meses. Ela conta que não escolheu um método alimentar específico, mas selecionou várias dicas na internet e também com a pediatra da filha. "Eu dou algumas frutas inteiras, como manga, banana, laranja e alguns alimentos salgados, como brócolis bem cozido, coxinha de frango bem assadinha e molinha. Outros alimentos são servidos no pratinho dela, bem saudável e separados em proteína, legume e um alimento integral."

A mãe conta que seu maior desafio é o medo do engasgo. "Creio que isso é o maior receio das maioria das mamães também. Não importa que seja de primeira viagem ou não. Antes de iniciar a introdução, prestei muita atenção em cada reação genérica de outros bebês. No começo, realmente parecem que estão engasgados, mas é só o Reflexo de Gag", comenta finalizando.

A título de curiosidade, O Reflexo de Gag, também conhecido como Reflexo do Vômito, é um mecanismo de defesa natural do corpo, principalmente em bebês, que protege as vias aéreas contra a entrada de objetos estranhos ou substâncias nocivas. Esse reflexo é ativado quando a parte posterior da garganta (faringe) é estimulada, o que pode acontecer por diversos motivos.

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