COVID

Jundiaí tem vacina, mas cobertura entre crianças é de apenas 30%

Cidade tem como objetivo imunizar 95% do público-alvo; Prefeitura de Jundiaí inicia ação de vacinação nas escolas

Por André Borges | 21/03/2024 | Tempo de leitura: 4 min
Jornal de Jundiaí

Divulgação

Para tentar aumentar a cobertura vacinal infantil, prefeitura realiza mutirão nas escolas
Para tentar aumentar a cobertura vacinal infantil, prefeitura realiza mutirão nas escolas

Jundiaí tem apenas 30% de crianças entre seis meses e 5 anos com esquema vacinal completo contra a covid-19. Para alcançar a meta de 95% de imunização do público-alvo, a prefeitura iniciou uma campanha de multivacinação nas escolas.

“A maior taxa de infecção pelo vírus é nos pequenos. Com isso, nossa preocupação fica maior, pois é um público vulnerável, que não tem toda sua defesa imunológica desenvolvida diante de um vírus que é considerado novo”, observa Dayane Martins, gestora adjunta de Promoção da Saúde da Prefeitura de Jundiaí.

A adesão é baixa também com outros imunizantes. Desde 2022, as vacinas que fazem parte do calendário nacional de imunização tem boa adesão, apesar de não chegar ao objetivo.

Segundo dados fornecidos pela Unidade de Gestão de Promoção da Saúde (UGPS), com exceção da BCG (que é aplicada nas maternidades) e da DTP (Tríplice Bacteriana Infantil), nenhuma vacina atingiu a meta preconizada de 95% do público-alvo.

Em 2023, apenas as vacinas BCG e Tríplice Viral (1ª dose) alcançaram a meta. Em menores de um ano, entre as doses com coberturas baixas, estão: febre amarela (77,67%), meningocócica conjugada C (86,19%), pentavalente (85,76%), pneumocóccica (88,50%) e poliomielite (85,83%).

Em crianças de um ano: tríplice viral D2 (77,50%); meningocócica conjugada C (79,79%); poliomielite oral – bivalente (82,34%) e pneumocóccica 10V (84,21%). No caso do HPV, a cobertura ficou em 77,8% (meninas) e 37,7% (meninos).

Neste ano, até o dia 20 de março houve melhora nos índices. Além da BCG, a febre amarela, pneumocóccia (1 ano) e tríplice viral (1ª dose) atingiram a meta preconizada. Por enquanto, a cobertura mais baixa é a da meningogócica conjugada C em crianças de um ano (71,97%), seguida pela tríplice viral (segunda dose), com 80,16% e a pneumocóccica para menor de um ano, com 81,78%. A poliomielite reforço (VIP/VOP) está com 88,93%, aumento em relação a 2023.

A UGPS afirma ainda que, além das campanhas de vacinação, com aplicação de doses em escolas, shoppings, eventos de grande concentração de pessoas, da divulgação constante da importância da imunização nos canais oficiais da Prefeitura e a partir da imprensa local, Jundiaí firmou parceria com instituições como o Rotary jundiaiense para o desenvolvimento de iniciativas permanentes para alavancar a aplicação das doses na cidade. Na cidade, a aplicação das doses ocorre em Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Novas UBSs e Clínicas da Família, no horário de atendimento das salas de vacinação.

VACINAÇÃO NAS ESCOLAS

Desde segunda-feira (18), a prefeitura iniciou uma campanha de multivacinação em escolas municipais e estaduais da cidade, com o objetivo de atualizar a caderneta de imunização de crianças e adolescentes menores de 15 anos. A ação é em conjunto com a Secretaria Estadual de Saúde.

A gestora adjunta de Promoção da Saúde salienta “A vacina contra a covid está disponível nas escolas, mas fazemos também a sensiblização para aplicação de outras vacinas presentes no calendário vacinal, a depender da idade da criança. A principal é a da covid, por conta do aumento de casos da doença no nosso município, além de internações. O primeiro pico de infecção foi no período de volta às aulas, justamente por voltarem de férias e ter contato com outras pessoas de outros lugares".

Inicialmente, serão sete escolas que receberão a campanha: Escolas Municipais Maria Aparecida Silva Congílio (Jardim Novo Horizonte), Professora Nilse Moraes Leite (Parque Residencial Jundiaí) e Professor João Fernandes Neto (Morada das Vinhas) e as Escolas Estaduais Alessandra Cristina Rodrigues de Oliveira Pezzato (Parque Residencial Jundiaí), Dom Joaquim Justino Carreira (Almerinda Chaves), Professor Luiz Rivelli e Padre Maurílio Tomanik (Cecap).

A gestora afirma que esses locais são estratégicos, pois são bairros mais populosos, com maior público infanto-juvenil. “A campanha vai até 19 de abril, nossa expectativa é boa porque estamos divulgando bastante em Jundiaí. O cenário na cidade não é diferente no país, por conta do aumento de casos, de internações e óbitos”.

As vacinas disponibilizadas são as que fazem parte do Programa Nacional de Imunização (PNI), entre elas: meningocóccica C conjugada, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), febre amarela, pentavalente e HPV. As crianças de seis meses a cinco anos também poderão receber as doses da vacina contra covid-19.

DESINFORMAÇÃO

Dayane lamenta que muitas pessoas deixam de se vacinar contra o coronavírus por conta da disseminação de fake news. “Se com as vacinas do calendário de imunização já tem uma dificuldade de adesão, imagina com uma vacina nova, que é todo dia atacada com desinformação, que vai fazer mal, que tem um chip nela, ou que ataca o fígado da criança, até mesmo que ‘causa’ autismo”.

 A aplicação acontecerá em duas situações: nas escolas estaduais os adolescentes serão imunizados mediante apresentação de autorização enviada, com assinatura dos responsáveis, enquanto as crianças da creche serão vacinadas com a presença dos pais.

“Em geral, temos boa aceitação dos pais para fazer essa aplicação nas escolas, outros preferem que a vacina seja aplicada com a presença deles, levando na UBS, e a minoria, que por princípios ou ideias, não permite que a vacina seja aplicada na criança”, aponta a gestora.

Por fim, Dayane reforça a verdade: a vacina contra a covid-19 é segura. “A nossa rede tem que se fortalecer para espalhar a boa informação, a correta. A vacina contra o coronavírus é segura, confiável e vem sendo aplicada no mundo há pelo menos 3 anos. Já é comprovado que diminui o impacto da infecção do vírus. Nada impede que se contamine, mas a vacina faz com que os efeitos da doença sejam quase nulos”.

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