Quando começou a produzir "Festejo", Juliana Eva ainda não sabia do seu diagnóstico como pessoa portadora de fibromialgia. O resultado chegou enquanto ela comprava tecidos que seriam utilizados no videoclipe da canção.

A música de Juliana trata do profundo e sensível sobre seu corpo e ela se sente emocionada em poder contar sua história.

“Me sinto emocionada e honrada por poder contar um pouquinho da minha história.  Festejo é uma canção que me ajudou a elaborar muitas coisas sobre as dores e delícias do meu próprio corpo e a entendê-lo como espaço de memória das mulheres que vieram antes de mim. Além disso, a criação da canção e todo material visual que a acompanha, foi elaborado no período em que fui diagnosticada com fibromialgia, então fico feliz em poder compartilhar também sobre esse assunto e espero que a música possa abrir e estreitar diálogos mais profundos sobre esse tema”, relata ela.

"Festejo" surgiu há três anos, durante um período de redescobertas pessoais. Composta por Juliana, a letra da canção retrata a experiência íntima e introspectiva da artista.

O músico e produtor João Donato de Oliveira, assina os arranjos e produção musical da faixa, que mescla elementos do pop e da MPB ao incorporar bases eletrônicas e instrumentos orgânicos à voz marcante de Juliana Eva, apresentando ao público sua pluralidade de influências e sua versatilidade na música.

Juliana nos conta mais sobre como foi a criação de sua música e a mistura com cantos nordestinos que ela trará.

“A melodia de ‘Festejo’ nasceu inicialmente da própria fala. Nunca costumo pensar na melodia antes da letra, depois de escrevê-la, leio em voz alta e deixo o texto sugerir caminhos melódicos pra canção. Dessa forma, a música nasceu espontaneamente, rememorando cantos regionais nordestinos e por isso a escolha de trazer a rabeca como elemento central do arranjo. Fora isso, sinto que a canção cita indiretamente um dos meus livros prediletos: “Vidas Secas”, obra de Graciliano que se passa no sertão nordestino e compara aspectos da geografia inóspita do lugar com aspectos psicológicos dos personagens que ali habitam - acredito que a letra de Festejo também trace um paralelo parecido do corpo enquanto território (citando sua aridez e sua fertilidade).”