PERIGO

Aedes aegypti pode transmitir zoonose grave em cães e gatos

A dirofilariose se não tratada, pode levar a graves problemas cardíacos e pulmonares, como insuficiência cardíaca e pneumonia

Por Rafaela Silva Ferreira | 15/03/2024 | Tempo de leitura: 2 min
Jornal de Jundiaí

Divulgação

A dirofilariose, conhecida como 'verme no coração', é uma enfermidade que se propaga por picada
A dirofilariose, conhecida como 'verme no coração', é uma enfermidade que se propaga por picada

A dirofilariose canina, conhecida como "verme do coração", é uma enfermidade que se propaga pela picada de várias espécies de mosquitos, incluindo o Aedes aegypti, que também é transmissor da dengue, desde que esses mosquitos tenham picado previamente um cão já infectado.

Marília Bastos, veterinária, explica que essa doença parasitária, se não tratada, pode levar a graves problemas cardíacos e pulmonares, como insuficiência cardíaca e pneumonia. "A transmissão ocorre quando um mosquito Aedes aegypti ou Anopheles (transmissor da Malária) e Culex (pernilongo) infectado pica um animal já doente com o verme do coração. As microfilárias (vermes jovens), presentes no sangue do animal infectado, são ingeridas pelo mosquito e se desenvolvem em larvas infetantes. Quando o mosquito pica outro animal, essas larvas são depositadas na pele e migram para o coração e pulmões, onde se desenvolvem em vermes adultos."

Segundo a médica, a dirofilariose pode ser assintomática em seus estágios iniciais, dificultando o diagnóstico precoce. "À medida que a doença progride, os sintomas podem incluir tosse seca persistente, dificuldade para respirar, intolerância ao exercício e brincadeiras, perda de peso, fadiga e desmaios."

O diagnóstico é realizado por meio de exames de sangue específicos para detectar a presença de microfilárias ou antígenos (substância estranha ao organismo) do verme. O tratamento, que varia de acordo com a gravidade da doença, pode incluir medicações para eliminar os vermes adultos e microfilárias, além de cuidados de suporte para aliviar os sintomas.

Marília também esclarece que nesta onda crescente de casos de dengue, a prevenção é fundamental para proteger o animal de estimação contra a dirofilariose. "A melhor forma de prevenir a dirofilariose é manter a medicação preventiva em dia, conforme orientação do veterinário. Além disso, é importante eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti para reduzir o risco de transmissão da doença."

A boa notícia, de acordo com a veterinária, é que a dirofilariose tem cura e o diagnóstico é feito a partir de exames sorológicos. "O hemograma com pesquisa de hematozoários também pode diagnosticar a presença de microfilárias no sangue. Um ecocardiograma e um raio-x do tórax podem diagnosticar e avaliar o nível da doença, assim como o teste rápido (4DX)."

Quanto ao tratamento, ela explica que o protocolo deve ser criado apenas pelo veterinário e não é recomendado que o tutor tente medicar o pet em casa. "Existem situações em que é necessário realizar a remoção cirúrgica dos parasitas, pois eles podem se aglomerar e bloquear os vasos sanguíneos."

FELINOS

Muitas pessoas acreditam que a dirofilariose só afeta os cães, mas essa doença também pode causar problemas de saúde em gatos. "Inclusive, acredito que seja ainda mais fácil os gatos contrai-la, principalmente se esse felino tiver acesso à rua", pontua a veterinária. "Recomendo que os tutores tenham ainda mais atenção nesse caso. Os cuidados, prevenções e tratamentos são os mesmos, divergindo apenas dosagem e remédios específicos para gatos", finaliza.

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