MEDO

Fobias podem deixar marcas principalmente por traumas

Muitas vezes, no caso da fobia, está relacionada ao histórico familiar, mas, principalmente, é atrelada a um trauma

Por André Borges | 09/03/2024 | Tempo de leitura: 3 min
Jornal de Jundiaí

Arquivo Pessoal

A fobia de elevador está ligada à claustrofobia, que é o medo de estar em lugares e ambientes fechados
A fobia de elevador está ligada à claustrofobia, que é o medo de estar em lugares e ambientes fechados

Um dos sentimentos mais comuns do ser humano é o medo. É quase impossível conhecer alguém que não tenha. Os mais comuns são o medo de aranha (aracnofobia), de multidões (agorafobia), de palhaços (coulrofobia), além de lugares fechados (claustrofobia), entre outros.

Muitas vezes, no caso da fobia, está relacionada ao histórico familiar, mas, principalmente, é atrelada a um trauma. Algum acontecimento que marcou a pessoa pode passar as barreiras do medo.

A estudante Maria Fernanda Soares, de 24 anos, possui um fobia específica: a de elevador, que entra na categoria de claustrofobia. Ela conta que o medo surgiu após um episódio de um passeio escolar. "Lembro de uma vez, em um passeio da escola para o Farol Santander, que os alunos começaram a pular no elevador até o último andar, e ele acabou parando por motivos de segurança".

"Fiquei uns cinco minutos lá dentro e comecei a evitar cada vez mais entrar em elevador, principalmente quando tem gente que não respeita os medos alheios", relata a estudante.

Quando é necessário entrar em um elevador, Maria Fernanda fica apreensiva, revivendo o episódio que fez nascer seu medo. "Quando está cheio, tento me manter no canto, encostada na parede, o mais próximo da porta possível, se tiver com alguém conhecido, dou o braço ou a mão, dependendo das situações até fecho os olhos. Além disso, assim que a porta se abre, tento sair o mais rápido possível", conta.

A estudante tem outros medos, mas que, perto da claustrofobia, são mais tranquilos. "Desde que me entendo por gente, não gosto muito de túneis, que são muito fechados, e aquelas fantasias de mascote, apesar de eu já saber lidar um pouco melhor com isso hoje em dia. Eu nunca gostei muito de pegar elevador cheio, principalmente se eu estou com muita gente que não conheço, mas medo mesmo só de um tempo pra cá, depois que minha ansiedade se intensificou bastante", conclui.

SEM MEDO

A fobia, embora seja algo que afete a vida de alguém, tem possibilidade de cura. Para isso, é necessário tratamento.

A psicóloga Juliana Camilo explica que há diferença entre medo e fobia. "O medo, que é natural do ser humano, serve como mecanismo de defesa para que o corpo não sofra em alguma situação específica. A fobia, na verdade, é um transtorno causado por fatores externos, normalmente sendo um medo de algo que não ofereça perigo real", explica.

Em alguns casos, há reações fortes da fobia no corpo, como ansiedade, aceleração dos batimentos cardíacos, até queda de pressão. "Isso varia de pessoa, pois, além do trauma, o ambiente em que ela estiver inserida pode agravar os sintomas, como o familiar", avalia a psicóloga.

Juliana aponta que é possível tratar a fobia. "É preciso fazer a psicoterapia, para entender a origem do trauma. Depois, inicia-se a etapa do enfrentamento da fobia, não expondo o paciente, mas com cautela, aos poucos, para que ela vença esse medo. É claro, em alguns casos graves, pode acontecer de receitar remédios para o melhor tratamento", conta.

A terapia é uma grande aliada na cura e tratamento da fobia de um paciente. A psicóloga reforça a importância do processo de recuperação. "Com a terapia e acompanhamento psicológico, o paciente consegue traçar diversas estratégias para cuidar de si e combater a fobia. Assim, além do trauma, cura também os sintomas, como a ansiedade", conclui Juliana.

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