LEGADO

Nova música transcende a vida

Música de Lucas Alberto, assassinado em 2020, chega dia 22

Por Letícia Malatesta | 03/03/2024 | Tempo de leitura: 3 min
Jornal de Jundiaí

Divulgação

O legado de Lucas permanece vivo pela sua família e amigos
O legado de Lucas permanece vivo pela sua família e amigos

Após quatro anos da morte de Lucas Alberto Fernandes, mais conhecido como Menóhgrafia, cantor de rap, poeta e slammer, Vitória Cursino, musicista, cantora e compositora, com ajuda de Viviane Aparecida de Lima, mãe do artista, escritora, poetisa e slammer, irá lançar uma música inédita do artista, “Maggie e os Balões”, em todos os streamings. A canção será lançada dia 22 de março e possui uma história intrigante sobre sua criação, como é relatado por Vitória.

“A música era a última do EP feito um pouco antes da partida dele, ele me chamou porque curtiu minha voz, quis que eu fizesse uma participação com a minha letra, que escrevesse e mandasse pra ele. Foi nossa primeira música juntos, a gente tinha se conhecido a pouco tempo antes de tudo acontecer, lembro que ele me chamou de amiga, me fez sentir como se já conhecesse ele há muito tempo, me mandou o beat, aí depois mandou um áudio com ele cantando a parte dele e um espaço pra eu criar a minha parte, mandei para ele escrita a minha parte e em seguida ele faleceu, nunca pudemos concluir juntos esse som. Foi difícil entender que eu, logo eu que conhecia ele há pouco tempo, fiquei com essa missão de manter o nome dele vivo”, diz.

Vitória complementa que sua motivação para continuar a música, após a morte do amigo, foi dar visibilidade aos problemas vividos todos os dias pela população. “O Lucas tinha muita coisa para entregar para a arte, então lembro dele todos os dias, tenho uma foto dele na minha geladeira, para nunca deixar de esquecer o motivo pelo qual faço a minha arte, que não é só cantar coisa boa. Sempre tive dentro de mim um senso de justiça, de entender melhor toda essa dor que a violência causa nas pessoas negras, periféricas, na comunidade LGBTQIA+ e nas mulheres, é isso que quero mostrar, a letra da música diz muito e vocês vão ver o quanto ele sabia da problematica que vivemos no nosso dia a dia.”

Lucas foi um jovem que sempre prezou por fazer manifestações com sua música, como relata sua mãe Viviane Aparecida. “Seu estilo de poesia é marginal e seu instinto era fazer revolução. O Lucas começou dar os seus primeiros recados aos 11 anos, ele sempre falou nas sua letras do que ele vivia e mandava seus recados na lata. Ele sempre quis ser exemplo de superação para muitos que se encontram fraquejados e desiludidos com a realidade,através do seu trabalho.”

A luta pela justiça de Lucas custou sua vida, mas seu legado segue vivo nas mão de Vitória e seu irmão caçula. “Fazia 1 mês que o Lucas tinha completado 23 anos, quando sua trajetória foi interrompida por uma ‘pedra racista’. Resultado de uma rixa, na qual o Lucas pagou com a sua vida por ter defendido um morador de rua das mãos de quem o assassinou. Hoje quem segue com a música e com batalha de rima é o seu irmão caçula, Saulo Júnior. Quanto à música com a Vitória, eu sempre o ouvia cantando no seu quarto e confesso que ela me impactava e me impacta muito”, relata Viviane

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.