REAJUSTE

População se revolta com aumento de salários aprovado pela Câmara

Sessão de ontem (27) teve protesto de munícipes contra aprovação, no início do mês, da matéria, que prevê ainda 13º e férias remuneradas

Por Mariana Meira | 28/06/2023 | Tempo de leitura: 2 min
Jornal de Jundiaí

REPRODUÇÃO

Munícipes que ocuparam plenário seguravam faixa em protesto ao aumento dos salários e por retorno das sessões noturnas na Casa
Munícipes que ocuparam plenário seguravam faixa em protesto ao aumento dos salários e por retorno das sessões noturnas na Casa

A sessão realizada ontem (27) pela Câmara Municipal de Jundiaí teve uma participação massiva de munícipes que ocuparam o plenário para protestar contra o reajuste salarial dos vereadores aprovado pelos parlamentares. O aumento é de mais de 50%. Atualmente, os vereadores recebem um salário mensal de R$10.438,63, totalizando R$125.263,56 por ano. Com o reajuste, o salário passará para R$15.897,71 - totalizando R$211.439,54.

Além disso, foi aprovada a inclusão do décimo terceiro e férias remuneradas, benefícios que não existiam, resultando em um aumento de 69% nos gastos com cada vereador. A mudança passará a valer somente em 2025, pois o Supremo Tribunal Federal (STF) proíbe alterações salariais durante o mandato.

Especialistas em direito do trabalho afirmam que a alteração é legal de acordo com a Constituição Federal. A votação que aprovou o projeto ocorreu em uma sessão extraordinária no dia 6 de junho. Dos 19 vereadores, 12 votaram a favor do reajuste: Dika Xique Xique (Podemos), Antônio Carlos Albino (PL), Douglas Medeiros (PSDB), Cícero da Saúde (PL), Edicarlos Vieira (PP), Val Freitas (PL), Faouaz Taha (PSDB), Marcelo Gastaldo (PTB), Márcio Cabeleireiro (PP), Roberto Conde (Republicanos), Rogério Ricardo (Podemos) e Romildo Antônio (PDT).

Os outros 7 foram contra: Juninho Adilson (PP), Daniel Lemos (Democratas), Kachan Jr (Democratas), Leandro Palmarini (PL), Madson Henrique (PL), Paulo Sergio Martins (PSDB) e Quézia de Lucca (PL).

Na Tribuna Livre, quatro munícipes se manifestaram contra a matéria. Para Douglas Yamagata, a Câmara errou em não ampliar o debate para toda a população, a pagadora de impostos. “Pode ser uma questão legal, mas é imoral. É vergonhoso”, afirmou.

Manoela G. também questionou a aprovação do aumento, alegando que “vivemos em um país em que 33 milhões de pessoas vivem na miséria, sem condições mínimas de se alimentar”. “E os cidadãos precisam saber como a Câmara pretende votar o valor destinado do orçamento neste ano de 2023”, completou.

Ivana de Cássia subiu à tribuna para deliberar sobre as ações voltadas aos idosos na campanha do mês de junho, mas disse se “solidarizar” com os oradores anteriores. “Esse aumento é abusivo e imoral”, disparou.

HORÁRIO

A volta das sessões noturnas, que já vinha sendo cobrado nas sessões anteriores, voltou à tona ontem como argumento contra o aumento dos salários dos parlamentares. Nas poucas vezes em que os vereadores se manifestaram sobre o assunto, justificaram que essa readequação nos moldes pré-pandemia geraria custos extras à Casa de Leis, o argumento que foi criticado.

“A mesma Câmara que diz que as sessões noturnas gerariam custos elevados aprovou o aumento de seus salários para a próxima legislatura. Isso enquanto o funcionalismo público teve um aumento pífio e humilhante, o que é uma grande discrepância”, defendeu Maria Carolina Lemos.

Nenhum vereador respondeu aos questionamentos. Procurado, o presidente Albino também não retornou o contato da reportagem.

3 COMENTÁRIOS

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  • Maria Inês Guarda Tafarello
    28/06/2023
    IMORAL FÉRIAS E 13o. PARA VEREADORES. IMORAL AUMENTO PARA VEREADORES. PARABÉNS AOS 7 QUE VOTARAM CONTRA.
  • Arthur
    28/06/2023
    Esse país sempre será o país do futuro e das falsas promessas de toda \"classe\" política.
  • Vinicius Marchezini Brahemcha
    28/06/2023
    Se as sessões acontecessem num horário acessível para a população e não às 9h da manhã, eles teriam vergonha de aprovar uma absurdo desse! As sessões precisam voltar ao período noturno!