JUNDIAÍ

Mercado espera maior alta do setor imobiliário desde 2012

PROEMPI projeta que cidade supere os 6 mil imóveis lançados naquele ano; após pandemia, perfil hoje é de apartamentos mais ‘simples’

Por Mariana Meira | 05/05/2023 | Tempo de leitura: 2 min
Jornal de Jundiaí

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Eli Gonçalves, da PROEMPI, em entrevista ao “Difusora 360”, ontem; especialista detalhou cenário
Eli Gonçalves, da PROEMPI, em entrevista ao “Difusora 360”, ontem; especialista detalhou cenário

Mesmo depois da crise econômica acarretada pela pandemia de coronavírus, Jundiaí pode esperar uma fase de bonança no setor imobiliário. A informação é de Eli Gonçalves, vice-presidente de Comercialização e Inteligência de Mercado Imobiliário da PROEMPI (Associação das Empresas e Profissionais do Setor Imobiliário de Jundiaí e Região).

Em entrevista ao vivo no programa “Difusora 360”, ontem, o especialista afirmou que essa perspectiva retoma outro momento próspero no setor, em 2012. “Naquele ano, foram lançados cerca de seis mil imóveis. Este ano nós devemos superar esse número”, disse.

A estimativa ocorre em meio a um ranking, conduzido pela Saber Fazer Inteligência, que listou os tipos de imóveis com maior possibilidade de procura. Algumas surpresas foram encontradas na pesquisa, que analisou 106 mil anúncios, começando pelos bairros mais promissores. Medeiros, antes visto como tão remoto, foi o que teve maior expansão urbana - 34% de valorização, segundo Eli, enquanto a média é de cerca de 18%. Já o Anhangabaú, uma das regiões mais ricas de Jundiaí, retraiu por ter ficado cara demais.

PANDEMIA

De acordo com ele, o período de isolamento social foi justamente um dos fatores que puxaram uma mudança significativa de perfil em quem procura imóveis para comprar ou alugar.

Isso porque, ele diz, os jundiaienses - e também paulistanos, que hoje representam boa parte da população do município, em um movimento de migração da capital em busca de mais qualidade de vida no interior - passaram a sentir falta de mais espaço em casas, e a demanda elevou massivamente os preços desse tipo de imóvel, colocando como principal estimativa, a partir de agora, os apartamentos “mais simples”.

“As pessoas estão comprando imóveis mais baratos, que ficam entre o ‘Minha Casa Minha Vida’ e um perfil imediatamente superior a ele. Aquela faixa entre R$ 300 e R$ 350 mil.” E esse novo cenário tem um incremento alarmante: a altíssima taxa Selic - a taxa básica de juros da economia -, que, se em 2012 estava na faixa dos 2%, hoje fecha a estratosféricos 13,75%.

“E por tudo que tá acontecendo, pelo feedback do Banco Central, não vai abaixar tão cedo. Então, se antes, com um salário de R$ 6 mil era possível financiar um imóvel, hoje essa pessoa precisa ganhar pelo menos R$ 9 mil para ter um financiamento aprovado. “, frisa Eli.

PROGRAMAS SOCIAIS Dado o cenário descrito, é esperado, segundo Eli, que cresçam programas de habitação popular, hoje escassos em Jundiaí. Mas ele destaca que, para que eles sejam realmente efetivos, é preciso um alinhamento regional.

“As administrações municipais precisam conversar sobre projetos em conjunto, porque há limites entre cidades e cada uma delas tem sua própria realidade, o que dificulta o trabalho.”

Ele também defende que haja mecanismos para um crescimento controlado do setor imobiliário, para não esbarrar em questões ambientais, por exemplo. “Se só um lado for seguido, não vai dar certo”, diz.

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